PHILLIPPE WATANABE
Da Folhapress - São Paulo
O desmatamento na Amazônia neste ano pode superar o registrado no ano passado e chegar a mais de 15 mil km² de destruição, o que seria o maior valor desde 2006, quando foi de 14,3 mil km².
Em 2021, a área afetada foi de 13,2 mil km².
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A estimativa é da plataforma de inteligência artificial PrevisIA, desenvolvida pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) e pela Microsoft, com apoio do Fundo Vale.
O alerta do PrevisIA leva em conta as áreas em risco de desmatamento.
Para isso, fazem parte do programa informações sobre, por exemplo, corte raso no passado, topografia, distância para áreas protegidas, dados socioeconômicos, distância para rios e distância para estradas oficiais e não oficiais –ponto importante ao se pensar em desmate porque é conhecida a concentração de destruição nas áreas próximas às vias.
A inteligência artificial, a partir de imagens de satélite, detecta e faz o monitoramento de estradas abertas ilegalmente no meio da mata, um importante preditor de desmate.
O Imazon alerta ainda que 2022 é ano eleitoral, momento em que, historicamente, as taxas de desmatamento na Amazônia costumam aumentar. E não só lá.
Um estudo publicado ano passado na revista Conservation Letters apontou que, em anos eleitorais, a destruição cresce até mesmo na mata atlântica, o bioma mais devastado do país.
Os dados do PrevisIA apontam que o Estado do Pará é o que tem maior área em risco de desmate, mais de 6.000 km².
O Estado costuma ser o com maiores taxas anuais de desmatamento, segundo o Prodes, programa do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais) que mede a destruição na floresta.
Depois do Pará, o PrevisIA indica Amazonas, Mato Grosso e Rondônia como os estados com maiores riscos de desmate.
O Amazonas, no último dado divulgado do Prodes, referente ao período de agosto de 2020 até julho de 2021, ocupava a segunda colocação em nível de desmate.
Em terceiro, vinha Mato Grosso, que usualmente ocupava o segundo lugar.
O programa do Imazon e da Microsoft aponta ainda riscos altos ou muito altos em 37% das unidades de conservação e em 24% das terras indígenas do Brasil.
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