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JUSTIÇA Sábado, 08 de Junho de 2024, 08:00 - A | A

08 de Junho de 2024, 08h:00 - A | A

JUSTIÇA / OPERAÇÃO RAGNATELA

Vereador teria utilizado “laranjas” para receber dinheiro do CV, aponta inquérito

Além do suposto envolvimento com a organização criminosa, a investigação apontou a possibilidade do vereador estar praticando ocultação de bens.

CECÍLIA NOBRE
Da Redação



De acordo com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), o vereador de Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), alvo da Operação Ragnatela, teria utilizado não só sua influência política na elaboração de alvarás e licenças de eventos para a organização criminosa Comando Vermelho, como também recebeu dinheiro e realizou transações bancárias com faccionados, por meio de “laranjas”. 

Conforme consta nos autos, a investigação identificou que Paulo Henrique possui uma espécie de acordo financeiro com a ex-esposa de seu sobrinho, Polyana Alejandra Villalva, realizando pagamentos mensais de valores de R$ 500 e R$ 2 mil entre março e dezembro de 2022. Dentre os pagamentos destaca-se o do mês de março, que fora realizado pela empresa Dallas Bar, pertencente a William Aparecido da Costa Pereira, vulgo "Gordão", membro do Comando Vermelho.

“O contexto fornecido e as informações das transferências bancárias sugerem que o primeiro pagamento de R$ 1 mil, realizado em 25 de março de 2022, pela empresa Dallas Bar, possa ter relação com uma obrigação pecuniária que Paulo Henrique tenha com Polyana”, diz trecho do inquérito.

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Segundo as investigação, as transferências regulares entre Paulo e Polyana indicam uma relação que sugere vínculo financeiro entre os dois podendo estar associado a dívida, favores ou acordos financeiros.

Reprodução

extrato, conta, paulo henrique, polyana

 Print da relação de pagamentos feitos por Paulo Henrique para Polyana, com exceção do mês de março, que foi realizado pela empresa Dallas Bar.
 

"Essa conclusão é ainda mais reforçada pelo fato de Rodrigo de Souza Leal ter enviado o comprovante da transação a Paulo Henrique como uma forma de comprovar que a transação foi realizada em benefício de Paulo Henrique, possivelmente como uma forma de compensação por algum favor prestado pelo vereador". Ele ocupava o cargo de Coordenador de Ceremonial da Câmara de Cuiabá e é apontado como o "elo" entre os membros da organização criminosa e promotores de eventos que eram realizados para "lavar" o dinheiro da facção.

Empresas “fantasma”

Foram identificadas transações bancárias no valor de R$ 15 mil entre Paulo Henrique e as empresas "Expresso Lava Car" e "Complexo Beiro Rio Eventos", também pertencentes a “Gordão”.

Outra movimentação que chamou a atenção dos policiais foi a identificação de duas transações no valor de R$ 2 mil, provenientes da empresa Dom Carmindo para a conta de Paulo Henrique, no ano de 2021. De acordo com as investigações, a empresa é utilizada por Rodrigo Leal, para lavagem de dinheiro do CV.

Já no ano de 2022, identificou-se uma transação no valor de R$ 2,5 mil de Paulo Henrique para a empresa Dallas Bar.

Reprodução

extrato, conta, paulo henrique, empresas

 Print da relação de transações bancárias entre Paulo Henrique e as empresas de Willian Gordão.

“Essas transações, apesar de individualmente de baixo valor, são potencialmente significativas quando consideradas no contexto mais amplo da investigação, tendo em vista que significam a comprovação do vínculo financeiros entre Paulo Henrique e empresas associadas a atividades de lavagem de dinheiro, reforçando ainda mais sua ligação com a organização criminosa”, diz trecho do inquérito policial. 

Utilizou conta do sindicato

Além do recebimento de telhas para o Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município de Cuiabá (Sindarf), ao qual Paulo Henrique é presidente, que foram compradas por William, conforme publicado pelo Mídiajur. Foram identificadas 7 transações financeiras entre a conta do Sindarf e a empresa "Expresso Lava Car" totalizando o montante de R$ 67,9 mil. 

“Destaca-se que essas transações seguiram um padrão mensal, sendo um indício de pagamento programado”, aponta o inquérito.

Relação com facção

Além das comprovações já citadas, os policiais descobriram uma relação inquestionável entre Paulo Henrique e o Comando Vermelho após localizarem comprovantes no celular do vereador do valor de R$ 1,8 mil feito a William, além de fotos de um cheque em branco, assinado pelo empresário, o que de acordo com as investigações "comprova a existência de laços financeiros ilícitos entre eles”. 

Reprodução

cheque, william

Print do comprovante de pagamento de R$ 1,8 feito por Paulo Henrique para "Gordão" e foto do cheque em branco assinado por Willian. 

Após análise do celular de William, apreendido durante a operação, foram localizadas anotações no aplicativo “Bloco de Notas” onde havia uma lista com despesas e valores a serem repassados para membros do grupo criminoso. Dentre os nomes e apelidos presentes na lista estão “Vereador” e “Vereador 20” que receberia R$ 70 mil divididos em duas parcelas de R$ 50 mil e R$ 20 mil. Segundo os policiais acredita-se que sejam valores destinados a Paulo Henrique.

Reprodução

lista, bloco de notas, willian

 Print da relação de valores a serem repassados a membros da organização, encontrado no celular de Willian, com destaque para os nomes "Vereador" e Vereador 20" que podem ser Paulo Henrique.

“Esses vínculos, embora não surpreendentes, corroboram com as informações de relatórios anteriores que indicam uma relação estreita entre o vereador e os referidos indivíduos na prática dos crimes ora investigados”, destaca o relatório. 

Ocultação de bens

Outro fato considerado suspeito por parte de Paulo Henrique é a inexistência de bens em seu próprio nome. Para a polícia, o vereador estaria utilizando de "laranjas" para realizar a ocultação de bens.

A exemplo disso, foi constatado que Paulo utiliza carros que estão no nome de parentes. Um dos veículos seria um Jeep Compass que fica estacionado na garagem do condomínio do vereador ao qual ele foi visto por policiais utilizando o carro, porém o mesmo está no nome de sua irmã. "A equipe também flagrou Paulo Henrique conduzindo o referido veículo, o que não deixa dúvidas quanto a sua propriedade de fato".

"Apesar de possuir uma renda bruta mensal expressiva, identificou-se durante as investigações que Paulo Henrique de Figueiredo não possui bens patrimoniais registrados em seu nome, uma inconsistência que também levanta suspeitas consideráveis. Essa discrepância entre a renda reportada e a ausência de propriedades é um indicador potencial de ocultação de bens, comumente associado a práticas ilícitas, como lavagem de dinheiro", destacou. 

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