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JUSTIÇA Domingo, 11 de Março de 2018, 17:01 - A | A

11 de Março de 2018, 17h:01 - A | A

JUSTIÇA / JUDICIÁRIO REAGE

Rui Ramos diz que promotor emitiu opinião “rasa” e “inaceitável”

Presidente do TJ emitiu nota de repúdio em razão de declaração de membro do MPE

CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO



O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rui Ramos, reagiu às declarações feitas pelo promotor César Danilo Ribeiro de Novais, dando conta de que o Ministério Público Estdaual (MPE) é superior “moral e intelectualmente” ao Poder Judiciário.

A fala do promotor foi vazada de um grupo de WhatsApp, do qual participam promotores e procuradores de Justiça, nesta semana.

O presidente do TJ classificou as declarações do promotor como “rasas”.

“A comparação inaceitável e a opinião rasa proferidas pelo representante do Ministério Público em nada acrescentam ao bom relacionamento entre os integrantes do sistema de Justiça em Mato Grosso”, disse o presidente, em trecho da nota.

A comparação inaceitável e a opinião rasa proferidas pelo representante do Ministério Público em nada acrescentam ao bom relacionamento entre os integrantes do sistema de Justiça em Mato Grosso

“Ao contrário, possuem efeitos perniciosos inclusive por parecer que se trata da opinião também de outros, em relação a todos os juízes e desembargadores”, afirmou.

Ainda no documento, o presidente afirma ser lamentável que um integrante do MPE se pronuncie de tal maneira.

Para Ramos, a declaração macula a imagem do Poder Judiciário de Mato Grosso, formado por 256 magistrados e mais de 4,5 mil servidores.

“Ressalto que o respeito, a harmonia, a competência e a significativa atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, ao longo de mais de século, para a paz social, caminhada feita desde seus primórdios, com deferência ímpar entre seus membros, é um patrimônio dos mato-grossenses a ser preservado”, concluiu o presidente.

“Vazamento odioso”

O promotor César Novais já se pronunciou sobre o episódio e disse que o vazamento de sua conversa ocorreu de forma “odiosa e leviana”.

Segundo Novais, sua fala ocorreu há mais de trinta dias e o vazamento da conversa desconsiderou o contexto da discussão que era travada no grupo.

O odioso vazamento tardio, ao que tudo indica, pode atender a inúmeros interesses inescrupulosos, porém, em nada coopera para a informação, defesa e implemento dos direitos da sociedade, que é a empregadora e razão de ser de todo agente público”, afirmou o promotor.

Veja nota do presidente do Tribunal de Justiça na íntegra:

"Nota de Repúdio

O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Rui Ramos Ribeiro, repudia com veemência a opinião expressada pelo promotor de Justiça César Danilo Ribeiro de Novais, ao que consta, em um grupo de WhatsApp de integrantes do Ministério Público de Mato Grosso, e que veio a público através dos sites.

“É lamentável que se pronuncie um integrante do Ministério Público, que tanto nos honra, de forma a macular o Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso, uma instituição centenária, formada por 256 magistrados e mais de 4,5 mil servidores que trabalham diuturnamente em prol da sociedade e, ainda, fazendo-o em ambiente onde não se impeça a publicidade de desairosa opinião!

Para o desembargador Rui Ramos, a comparação inaceitável e a opinião rasa proferidas pelo representante do Ministério Público em nada acrescentam ao bom relacionamento entre os integrantes do sistema de Justiça em Mato Grosso. Ao contrário, possuem efeitos perniciosos inclusive por parecer que se trata da opinião também de outros, em relação a todos os juízes e desembargadores.

Para finalizar, o desembargador Rui Ramos ressaltou que o respeito, a harmonia, a competência e a significativa atuação do Poder Judiciário e do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, ao longo de mais de século, para a paz social, caminhada feita desde seus primórdios, com deferência ímpar entre seus membros, é um patrimônio dos mato-grossenses a ser preservado."

Leia mais sobre o assunto:

Promotor cita ação odiosa para atender “interesse inescrupuloso”

“Querem criar clima de guerra e favorecer crime organizado”, diz MPE

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