ALLAN PEREIRA
Da Redação
A presidência da seccional Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), junto com a Comissão das Mulheres Advogadas da entidade, fizeram um apelo à sociedade e às instituições públicas em apoiar o combate à violência contra a mulher.
Motivadas pelo feminicídio da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, assassinada por um ex-policial militar no dia 13 de agosto, as presidentes da OAB-MT e do Conselho de Mulheres, Gisela Cardoso e Glaucia Amaral, reuniram uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (24) e desabafaram o sentimento de impotência dada a quantidade de casos de crimes envolvendo mulheres vítimas de violência.
"Parece que a gente fala, faz e não conseguimos evoluir. Esse é o sentimento. Por mais que estamos fazendo e vemos uma movimentação, o sentimento, no final, é esse de não conseguirmos alcançar [o combate a violência]. O que está faltando? Precisamos nos unir mais a sociedade de uma forma mais efetiva? Precisamos junto encontrar essas respostas", destaca Gisela.
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Parece que a gente fala, faz e não conseguimos evoluir. Esse é o sentimento. Por mais que estamos fazendo e vemos uma movimentação, o sentimento, no final, é esse de não conseguirmos alcançar [o combate a violência]. O que está faltando?
A procuradora Gláucia, presidente de Conselho de Mulheres Advogadas, destacou as ações do órgão colegiado para capacitar advogados sobre a violência doméstica, campanhas contra assédio, palestras em escolas, empresas e universidades, participação em conselhos do Governo e de prefeituras para discutir orçamento público voltado ao combate da violência contra a mulher.
"Infelizmente, mesmo com todas essas ações e trabalho nosso, passamos a semana, como a passada, chorando pela perda de Cristiane e de tantas outras. Mas o fato é que o trabalho precisa ser feito por todos nós. Precisamos estar conscientes do tamanho que é essa avalanche de violência contra a mulher em Mato Grosso", pontua.
De acordo com o anuário da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá (DEDM), 6.081 mulheres foram atendidas no ano passado, o que representa um aumento de 95% de vítimas atendidas em relação ao ano de 2021.
Gisela destacou que o Brasil é um dos países que matam mulheres no mundo e que Mato Grosso também não foge a regra.
Conforme dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), 48 mulheres foram assassinadas em 2022, sendo que 43 tinham sido vítimas de feminicídio em 2021.
"Precisamos buscar as soluções. Temos legislação, a lei maria da penha, a tipificação do feminicídio, mas, na prática, precisamos buscar uma medida para efetivamente haver um combate e inibir esse tipo de violencia", disse Gisela.
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