MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
Os policiais militares Elder José da Silva e Cassio Teixeira Brito vão cumprir prisões temporárias, de 30 dias, decretadas pela juíza Maria Mazarelo Farias Pinto, em decisão à qual o Midiajur teve acesso. Os dois são suspeitos de matar dois homens em situação de rua e tentar matar outros dois na madrugada de 27 de dezembro.
Cassio foi preso na quinta-feira (28) e Elder se entregou nesta sexta-feira (29) na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Rondonópolis. Por serem militares, ambos ficarão presos no 5º Batalhão da PM de Rondonópolis. Se não houver outra decisão, serão soltos após os 30 dias.
As prisões temporárias foram pedidas pela Polícia Civil na investigação sob responsabilidade do delegado Thiago Garcia Damasceno, que também pediu busca e apreensão nas casas dos dois militares. Os pedidos foram reiterados pelo Ministério Público Estadual (MPE) e acatados pela juíza.
Na decisão, a magistrada também acatou pedido do MPE para quebrar o sigilo de três linhas telefônicas de propriedade dos policiais. Além de informações sobre as ligações feitas antes e depois do crime, o MPE apontou a necessidade de acessar os dados de Estação Rádio Base (ERB) para verificar as localizações dos militares nos momentos anteriores e posteriores aos assassinatos.
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Para Maria Mazarelo Farias Pinto "a inviolabilidade do sigilo das comunicações in casu cede lugar ao interesse público e da sociedade, bem como o princípio da verdade real".
"Outrossim, deve-se registrar que há que se ceder ao interesse público, sobrepujando-o ao interesse particular e garantia fundamental do cidadão, por ser necessária para erradicar crimes na nossa região", diz trecho da decisão.
Elder e Cassio foram identificados como autores dos assassinatos de Odinilson Landvoigt de Oliveira, de 41 anos, e Thiago Rodrigues Lopes, de 37 anos, e das tentativas de homicício contra Oziel Ferle da Silva, de 35 anos, e William Pereira de Oliveira Filho, de 25 anos.
De acordo com a Polícia Civil, durante a tentativa de chacina, Elder foi atingido na perna por um disparo acidental enquanto ambos estavam a bordo de uma Land Rover verde escura, registrada em nome da esposa de Cassio. Os policiais procuraram atendimento médico no Hospital Santa Casa de Rondonópolis e as câmeras de segurança registraram os dois utilizando o mesmo veículo, que foi identificado por ao menos um dos sobreviventes do massacre.
Na decisão, a juíza também autorizou a busca e apreensão da Land Rover, que foi encontrada pela Polícia Militar na tarde desta sexta-feira no pátio de transportadora, coberta por lona.
"Em meu sentir, ainda que o veículo não esteja nos nomes dos representados, verifica-se a necessidade em decretar a medida de urgência, vez que o automóvel está sendo utilizado para a prática de crimes nesta urbe", avaliou Maria Mazarelo.
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