CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO
O pintor Martiniano Cabral, de 54 anos, entrou com uma ação de reparação de danos contra o advogado Dyego Nunes da Silva Souza, 32. O valor do pedido não foi divulgado.
O advogado foi detido sob suspeita de atropelar o pintor na noite de 6 de julho, em frente a uma distribuidora de bebidas no bairro CPA IV, e depois fugir sem prestar socorro.
O MidiaNews apurou que uma outra vítima do atropelamento - ainda sem identificação divulgada - também entrará com o mesmo pedido.
O caso tomou notoriedade após o advogado e amigo de Dyego, Luciano Nascimento, denunciar os policiais da Gerência de Operações Especiais (GOE) por truculência na ação que levou à detenção do suspeito e do próprio defensor.
Nas redes sociais, vídeos do momento da ação policial foram compartilhados por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) e da Associação Brasileira dos Advogados Criminais (Abracrim-MT). As entidades dizem que houve truculência e que Luciano foi espancado.
Após o atropelamento, Martiniano Cabral foi socorrido e levado ao Pronto-Socorro de Cuiabá. Lá foi diagnosticado três fraturas pelo corpo - bacia, costela e joelho.
Com as lesões, Martiniano que é pintor e pescador profissional, ficará sem trabalhar por tempo indeterminado.
O ocorrido foi registrado por uma câmera de segurança do local. Na segunda-feira (9), a vítima foi ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar o exame de corpo de delito.
Confusão
O caso ocorreu por volta das 18h30 da sexta-feira (6), após o jogo entre Brasil e Bélgica pela Copa da Rússia. Dyego conduzia um Fiesta Sedan prata, que atingiu dois pedestres, ferindo Cabral mais gravemente.
O boletim de ocorrência relata que houve uma confusão após o acidente. Depois da denúncia, policiais disseram que se deslocaram até a residência do advogado, no Bairro Morada da Serra.
No local, avistaram o veículo envolvido no acidente com o para-brisa quebrado.
Conforme os policiais, o homem identificado como Luciano se apresentou como advogado, mas não mostrou sua carteira da OAB. Depois disso, ainda segundo o relato dos policiais, teria soltado um cachorro da raça pitbull, que avançou em direção aos agentes.
Tal fato teria motivado a intervenção de homens da Gerência de Operações Especiais (GOE), que já haviam sido avisados do caso via Ciosp.
Os policiais efetuaram a prisão de Dyego, por conta do atropelamento. “Durante a prisão foi solicitada a chave do veículo para uma senhora [...], a qual informou ter repassado a chave para o suposto advogado Luciano, sendo então solicitado a ele que entregasse a chave, porém, tendo ele se recusado, obstruindo o trabalho policial, lhe foi dado voz de prisão que foi realizado pelos componentes da equipe GOE”, acrescenta o B.O..
Na noite do acidente, a OAB de Mato Grosso condenou a ação. O presidente da entidade, Leonardo Campos, foi até a Central de Flagrantes com membros do Tribunal de Prerrogativas e da Comissão de Direito Penal da entidade para prestar apoio.
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