MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
A empresa Telc Telecom Empreendimentos Ltda., que tem como sócios Marcelo Martins Cestari e Gaby Soares de Oliveira Cestari, venceu uma licitação de R$ 1,6 milhão feita pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Os empresários são pais da adolescente B.O.C., responsável pela morte da garota Isabele Guimarães Ramos no Condomínio Alphaville, em Cuiabá, em julho de 2020.
O MPE fez um pregão para registro de preços para futura contratação de empresa especialização em manutenção preventiva e corretiva de fibras óticas do órgão.
O pregão foi encerrado em 14 de junho com a Telc como vencedora.
A publicação da ata de registro de preços foi feita na quinta-feira (1º) com assinatura da subprocuradora-geral de Justiça Administrativa, Esther Louise Asvolinsque Peixoto, e de Gaby Cestari como representante da empresa.
A assessoria de imprensa do MPE informou que a Telc Telecom não tem qualquer impedimento legal para participar da licitação.
De acordo com o órgão, a empresa atendeu todos os requisitos e exigências do pregão e, por isso, sagrou-se vencedora.
Gaby e Marcelo são réus em ação penal movida pelo MPE envolvendo a morte de Isabele.
Na movimentação mais recente, o promotor de Justiça Jaime Romaquelli pediu que o casal responda por homicídio doloso qualificado, quando há intenção ou se assume a possibilidade de morte.
O MPE retificou as acusações de entrega de arma de fogo a menor – ocorrida por duas vezes – e também os crimes de posse ilegal de armas de fogo e fraude processual.
Marcelo e Gaby podem ir a Júri Popular por terem facilitado o acesso e entregado armas à filha, que tirou a vida de Isabele.
MORTE NO ALPHAVILLE - A adolescente, então com 14 anos, foi morta na casa do casal Cestari no Alphaville, em 12 de julho de 2020.
As investigações da Polícia Civil e do MPE apontam que Marcelo entregou um estojo com duas pistolas para a filha B.O.C., para que guardasse em um armário da casa.
A garota, que era melhor amiga de Isabele, subiu com as armas para o andar superior da casa e tirou uma delas do estojo.
Isabele estava no banheiro de um dos quartos quando foi atingida com um tiro no rosto. Ela morreu na hora.
Havia outras armas na casa, à disposição da adolescente e dos outros filhos do casal.
Vídeos gravados por Gaby Cestari mostram a garota utilizando armas de fogo em casa, fora do ambiente de tiro esportivo para o qual a família tinha autorizações.
A menor B.O.C. foi sentenciada a até três de internação no sistema socioeducativo, com revisão da pena a cada seis meses.
Ela está internada no Complexo do Pomeri, em Cuiabá, desde 19 de janeiro deste ano, após receber a sentença da juíza Cristiane Padim, da 2ª Vara da Infância e Juventude.
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