MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
Mensagens extraídas do telefone do tenente-coronel da reserva e vereador Marcos Paccola (Republicanos) revelam que ele utilizou contatos na Polícia Militar para tentar levantar a "ficha" do agente do sistema socioeducativo Alexandre Miyagawa de Barros, o "Japão".
Paccola matou "Japão" com três tiros pelas costas durante uma confusão próximo a uma distribuidora no bairro Goiabeiras, em 1º de julho deste ano. Janaína Maria Santos Cícero de Sá Caldas, namorada do agente, estava junto dele no momento do assassinato. Paccola também tentou levantar a "ficha" dela.
O celular de Paccola foi apreendido em 13 de julho após decisão judicial que negou a prisão preventiva do vereador.
Leia mais:
Ao negar prisão de Paccola, juiz disse que vereador tem "bons antecedentes"
Relator dá parecer para cassação de Paccola por morte de "Japão"
Na manhã de 2 de julho, porém, Paccola passa a conversar com alguém chamado "Caveirão". Ele relata detalhes de sua apresentação à Polícia Civil de maneira espontânea, o que evitou uma eventual prisão em flagrante. E detalha também as testemunhas que indicou para serem ouvidas.
"Ô Caveirão, faz uma gentileza para mim, pede para alguém checar no SROP se ela tem boletim de ocorrência e ele também de alguma coisa, de agressão, de ameaça, uma coisa do gênero aí, fazendo favor, só para só para saber!", diz Paccola em áudio enviado ao homem não identificado.
O Sistema de Registro de Ocorrências Policiais (SROP) é o sistema da integrado da Segurança Pública no qual ficam registrados os boletins de ocorrência da PM e da Polícia Civil.
Dias depois do assassinato, passou a circular no Whatsapp um vídeo com montagens de câmeras de segurança do momento do crime e também filmagem de outra situação na qual Japão teria sacado a arma, em Chapada dos Guimarães. A filmagem de Chapada é mencionada nas conversas obtidas do celular do vereador.
"Isso aí pessoa, agora só tá aguardando o restante dos vídeos, quem tiver mais vídeos para montar todo, uma narrativa aqui até mesmo em questão de vídeo aqui, ele vai pedir para o jornalista que é amigo nosso, fazer toda essa montagem e aí sim a gente começa uma disseminação com força total dentro do conteúdo prestado né, até com a questão das testemunhas, e aí fica mais tranquilo", diz outro homem não identificado em um dos áudios.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.