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JUSTIÇA Sábado, 13 de Agosto de 2022, 14:33 - A | A

13 de Agosto de 2022, 14h:33 - A | A

JUSTIÇA / APURAÇÃO DO MP

Ministério Público vai investigar uso de dinheiro público em rodeio com fala homofóbica

Conforme apurou MidiaJur, procedimento já foi aberto, mas corre em sigilo

ALLAN PEREIRA
Da Redação



O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) vai apurar o envio de recursos públicos para a edição do evento Nortão Rodeio Bulls, em Marcelândia (a 710 km de Cuiabá), que registrou falas homofóbicas e de apologia à caça de animais silvestres. O evento, que ocorreu no último sábado (06), contou com uma fala homofóbica do humorista "Estrelinha". 

Durante apresentação artística, o humorista disse que "a maior tristeza de um caçador é ter um filho homofóbico e não poder matar". A reportagem do MidiaJur apurou que a investigação do uso de recursos públicos no evento já foi aberta, mas corre em sigilo.

Já as falas homofóbicas serão apurados em outro procedimento investigatório, uma notícia de fato, que foi aberta pela promotora Andreia Monte Alegre Bezerra de Menezes.

Leia mais:

"Tristeza é ter filho veado e não poder matar": rodeio com fala homofóbica contou com dinheiro público

Com a notícia de fato, a promotora vai pedir esclarecimentos dos responsáveis do evento e do homem que fez as falas homofóbicas, podendo culminar tanto em uma ação penal quanto numa ação cível com pedido de indenização por danos morais coletivos.

Atos, falas ou discursos homofóbicos (de ódio ou ridicularização da comunidade LGBTQIA+) passou a ser crime desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou homofobia aos crimes previstos na Lei nº 7.716/1989, que define os crimes resultantes do preconceito racial.

O vídeo com a fala homofóbica, que já repercutiu negativamente nas redes sociais, mostra um homem com nanismo dizendo que a maior tristeza de um caçador "é ter filho veado e não poder matar".

O evento também recebeu R$ 200 mil da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel). Já a Prefeitura de Marcelândia desembolsou mais de R$ 385 mil para o evento.

Em nota de esclarecimento, o Circuito Nortão de Rodeio Bulls afirma que "a fala do profissional contratado para o evento não representa a opinião, tampouco os valores de nossa empresa".

"Para que os episódios como esse não se repitam, comunicamos tanto com o profissional como todos os demais prestadores de serviço no evento nossa repulsa as falas, repreendendo-os que atitudes ou opiniões como essa não serão toleradas", aponta.

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