CECÍLIA NOBRE
Da Redação
O juiz João Almeida Filho de Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, negou o pedido de revogação da prisão domiciliar de Jaiane Suelen Silva de Arruda, alvo da Operação Apito Final, deflagrada no mês de abril. Arruda é acusada de integrar a facção criminosa Comando Vermelho (CV) e de ser “laranja” Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como W.T. A decisão é de quinta-feira (18).
Na ação, a defesa de Jaiane pediu pela revogação da prisão domiciliar a ser substituída por medidas cautelares, “assumindo o compromisso de comprovar o exercício de trabalho”.
Em sua decisão, o magistrado destacou que ficou comprovada a materialidade e a autoria de Jaiane ao longo das investigações, visto que, ela supostamente integra o Comando Vermelho e participou do esquema de lavagem de dinheiro ao realizar a compra de veículos em valores que não correspondiam à realidade financeira da acusada.
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O magistrado apontou ainda que pouco tempo após a compra, os automóveis eram revendidos e/ou utilizados por outros membros da organização, como o líder do esquema e também alvo da operação, Paulo Witer.
“Assim, e em que pese todas as alegações de a prisão cautelar ser um instituto de exceção a ser usado com parcimônia pelo Magistrado e apenas em casos excepcionais, resta claro que, no presente feito, não há como deixar de reconhecer sua rigorosa necessidade, face ao abalo sofrido pela ordem pública diante do crime, em tese, imputado ao acusado”, diz trecho da decisão.
Além disso, o juiz apontou que desde a última análise da segregação cautelar de Jaiane, não houve e nem foi apresentado qualquer fato que fosse capaz de propiciar a revogação da prisão, “permanecendo intactos e inalterados os motivos que a justificaram”, concluiu.
Operação
O alvo principal da operação era W.T., apontado nas investigações como líder do esquema, e o que foi capturado quando participava de um jogo de futebol, em Maceió, no mês de março, junto com outros três suspeitos de integrar a organização. Entre eles o advogado de Paulo Witer, Jonas Cândido da Silva, que foi preso após chegar em Alagoas, onde teria ido para defender W.T.
As investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apuraram que Paulo atuava como tesoureiro da organização e usava diversas pessoas como ‘laranjas’ para adquirir imóveis, comprar e vender carros e locar veículos com o dinheiro do crime.
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