MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
O juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, recebeu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) e tornou réu o policial civil Mário Wilson Vieira da Silva Gonçalves pelo assassinato do policial militar Thiago de Souza Ruiz, cometido em 27 de abril. O homicídio aconteceu em uma conveniência na região do Goiabeiras, em Cuiabá.
A decisão é de quarta-feira (31). Mário Wilson matou Thiago depois de uma conversa em que, supostamente, teria duvidado que o segundo era, de fato, PM. O policial civil tomou a arma do militar, eles entraram em luta corporal e Thiago acabou sendo morto por Mário Wilson.
Para o juiz, a denúncia do MPE "narra com perfeição" o assassinato, com os devidos indícios da autoria do crime pelo policial civil. Wladymir Perri cita que as imagens de segurança e a confissão do policial reforçam a autoria.
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O magistrado determinou que Mário Wilson passe por uma "avaliação psicológica para aferir sua personalidade, isso em face do critério da dosimetria da pena referente às circunstâncias judiciais". Isso acontece porque o policial civil pode ser "pronunciado" e julgado pelo Tribunal do Júri, o conhecido Júri Popular. Uma audiência foi agendada para 27 de junho, quando Wladymir Perri deve decidir sobre a "pronúncia".
Também foi determinada a perícia nos vídeos da conveniência do posto Conti Comigo. O objetivo é verificar se houve edição nas imagens, ou se não há nenhuma irregularidade nos vídeos registrados e divulgados à época do crime. A Politec deverá fazer uma degravação dos diálogos entre as pessoas que aparecem nas imagens, em um prazo de 45 dias.
Um homem que aparece de camisa cor-de-rosa em vários momentos do vídeo e que teve seu nome anotado por um policial militar que atendeu a ocorrência também deverá ser identificado pela Politec para servir de testemunha.
"Da mesma forma, deverá ser identificados os policiais militares que atenderam ocorrência, pois, constato do vídeo, que as testemunhas presenciais ( funcionário da conveniência ), em alguns momentos relatam a ocorrência, desse modo, tenho que esses policiais militares haverão de serem inquiridos também como testemunha do juízo e se necessário a realização da acareação, eis que, do depoimento dessas funcionárias da loja de conveniência à autoridade policial, ao que tudo indica estão omitindo relatos do fato ocorrido, eis que, do vídeo, em todo momento observo que ficaram atrás do balcão ouvindo as manifestações de bebedeira até o momento da ausência de inteligência cujo culminou no fato delituoso (homicídio)", diz trecho da decisão.
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