MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
No pedido de prisão preventiva feito à Justiça, a Polícia Federal acusa o ex-secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação Nilton Borges Borgato (PSD) se integrar o "1º escalão" de uma organização criminosa voltada para o tráfico internacional de drogas. De acordo com a PF, Borgato seria um dos responsáveis pela compra da droga e sua consequente remessa à Europa.
O ex-secretário, que também é contador e ex-prefeito de Glória D'Oeste, foi preso na terça-feira (19). A defesa nega qualquer participação nos crimes e deve pedir a liberdade de Borgato.
Também foram presos o empresário e lobista Rowles Magalhães, o servidor público Ricardo Agostinho, a doleira Nelma Kodama, e ainda as pessoas identificadas como Marcelo Mendonça Lemos, Fernando de Sousa Honorato, Marcelo Lucena da Silva, Marcos Paulo Lopes Barbosa, Claudio Rocha Junior. Alguns deles já tinham a prisão decretada anteriormente.
Leia mais:
Borgato nega acusações e defesa vai "adotar providências"
Rowles e Borgato levariam drogas para a Europa em ao menos 4 remessas, afirma PF
A investigação teve início à partir da apreensão de mais de 500 kg de cocaína no Aeroporto Internacional de Salvador (BA), em fevereiro de 2021. O avião que transportava a droga era ligado a Rowles e teria Portugal como destino.
A PF fez diversas interceptações telefônicas para identificar os integrantes da quadrilha e o modo de operação do grupo.
"Ocorre que, dentre os novos investigados, surgiu o nome de Nilton Borges Borgato, vulgo Índio, integrante do primeiro escalão da organização criminosa ora investigada, e que, atualmente, ocupa o cargo de Secretário de Ciência e Tecnologia do Governo do Estado do Mato Grosso. Nilton Borgato, supostamente, faz parte do núcleo investigado responsável pela aquisição da droga junto ao fornecedor, e introdução da mercadoria na Europa", diz trecho da decisão que decretou a prisão do grupo.
O juiz da 2ª Vara Federal Criminal da Bahia, Fábio Roque da Silva Araújo, chegou a remeter o caso para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para análise da competência. À época, Borgato ainda era secretário e o cargo dava foro na 2ª instância.
O TRF-1 determinou que o caso ficasse a cargo da 1ª instâ ncia na Bahia.
O juiz chegou a decretar a prisão preventiva de Rowles, Ricardo Agostinho, Marcelo, Juliana Cunha Roberto de Lemos e Fernando. A empresa Fly Away, responsável pelos voos, também teve busca e apreensão decretada. Contudo, antes do cumprimento, a PF informou haver novas pessoas envolvidas nos crimes, inclusive em datas anteriores, a operação foi adiada.
Segundo a PF, além de organização criminosa especializada no tráfico internacional, o grupo também estariam praticando lavagem de dinheiro.
A quadrilha seria formada por: Rowles Magalhães Pereira Da Silva, Ricardo Agostinho, Nelma Mitsue Penasso Kodama, Nilton Borges Borgato, Marcelo Mendonça De Lemos, Marcos Paulo Barbosa Lopes, Fernando De Souza Honorato, Marcelo Lucena Da Silva, Edson Carvalho Sales Dos Santos, Lincon, Dilson Borges Dos Santos, Richard Rodrigues Consentino e Cícero Guilherme Conceição Desidério.
Além de Borgato, o primeiro escalão seria formado por Rowles, Ricardo, Nelma, Marcelo e Claudio.
A PF afirma que Rowles e Ricardo "são as pessoas que organizam os voos internacionais entre Brasil e países europeus, mais precisamente Portugal, para o transporte da droga".
Os membros da suposta quadrilha utilizavam o codinome "Índio" para Borgato, ocultando sua identidade durante as tratativas. Contudo, a PF identificou que o número de telefone utilizado pelo tal "Índio" era do ex-secretário e tinha a foto dele.
Em dezembro de 2020, quando um dos voos relatados é cancelado, Rowles manda um print das mensagens que estava enviando a Borgato. A foto do contato é do ex-secretário.
Como exemplo de prova do envolvimento do ex-secretário, a polícia também relata um encontro entre Rowles e Borgato ao lado do Hotel Paiaguás, em cuiabá.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.
Claudemir Ferreira 29/04/2022
É primo do meu namorado daqui da baixada paulista SP litoral sul o Ricardo Agostinho
1 comentários