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JUSTIÇA Quinta-feira, 13 de Março de 2025, 07:55 - A | A

13 de Março de 2025, 07h:55 - A | A

JUSTIÇA / OPERAÇÃO APITO FINAL

TJ nega liberdade para advogado do Comando Vermelho em MT

Advogado Jonas Cândidato da Silva, preso desde abril de 2024, responde pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro

ANGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO



A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) negou o pedido do advogado Jonas Cândido da Silva para revogação de prisão preventiva em troca de outras medidas cautelares. Jonas, apontado como "braço jurídico" da facção criminosa Comando Vermelho em Mato Grosso, foi preso em abril de 2024 durante a Operação Apito Final, deflagrada pela Polícia Civil de MT. 

Ele é acusado de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Entre outras ações, o advogado teria imóveis em seu nome, que na realidade pertencem a líderes do Comando Vermelho, entre eles um imóvel no balneário de Itapema (SC), um dos pontos turísticos mais procuradores do Brasil atualmente.

A defesa de Jonas diz que as acusações são uma tentativa de criminalizar sua atuação como advogado, que ele não apresenta riscos caso seja colocado em liberdade, pois tem residência fixa em Cuiabá e atividade laboral comprovada.

O Ministério Público do Estado se manifestou contra o habeas corpus.

Leia mais: 

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Operação mira grupo que movimentou R$ 65 milhões em ações criminosas

O relator da ação no TJMT, desembargador Marcos Machado, no entanto, apontou que são vários os indícios de que Jonas Cândido da Silva vai além de advogado de membros da facção, com provas de que atuou na aquisição de bens para o Comando em seu nome e que movimentou quantias vultuosas de dinheiro em espécie.

O desembargador lembrou que, embora o TJMT já tenha concedido habeas corpus anteriormente ao advogado, o caso agora é diferente, sendo necessária a manutenção da prisão preventiva. Marcos Machado também destacou a compra de imóveis – em nome de Jonas – e a arrecadação vultuosa de dinheiro em espécie pela facção criminosa a partir do comércio ilícito de drogas.

“Se visualiza uma situação distinta, há novos fatos e ainda se investiga outros atos por ele (Jonas) praticado. Assim sendo, não reconheço a suficiência de medidas cautelares em substituição a prisão preventiva”, finalizou o desembargador.

O voto do relator foi acompanhado com unanimidade pelos demais membros da Primeira Câmara Criminal. O julgamento aconteceu nessa terça-feira, 11 de março.

Operação Apito Final 

 A Operação Apito Final desarticulou um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que movimentou R$ 65 milhões em dois anos. O alvo principal da operação era Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como W.T., apontado como líder do esquema, e o que foi capturado quando participava de um jogo de futebol, em Maceió, com outros três suspeitos de integrar a organização. O grupo teria movimentado R$ 65 milhões em recursos provenientes do tráfico de drogas. 

As investigações  apuraram que Paulo atuava como tesoureiro da organização e usava diversas pessoas como ‘laranjas’ para adquirir imóveis, comprar e vender de carros e locar veículos com o dinheiro do crime.

O advogado Jonas Cândido da Silva é apontado pela Polícia Civil como uma espécie de "braço jurídico" da facção criminosa. Ele também foi preso durante a Operação Apito Final. Jonas Cândido teria passado para seu próprio nome imóveis adquiridos com recursos do crime organizado em atos liderados por Paulo Witer. O advogado tem atuação no Jardim Florianópolis, bairro onde a polícia aponta que se concentravam as ações do grupo de W.T.

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