ALLAN PEREIRA e LÁZARO THOR
Da Redação
Atualizada às 18h30 - A Justiça do Trabalho determinou que a Associação dos Produtores Culturais do Mato Grosso afaste a diretora do Museu de Arte Sacra, Viviene Lozzi Rodrigues, por suposta prática de assédio moral. O afastamento tem um prazo inicial de dez dias. A ação é movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Em nota, a direção da instituição afirmou que Viviene não foi ouvida pelo MPT durante a fase de investigação. Leia a nota no final da matéria.
Conforme decisão do juiz juiz Wanderley Piano da Silva, da 9ª Vara do Trabalho de Cuiabá, há robustas provas de que o assédio praticado por Viviene possa ter contruído com o adoecimento de funcionários. Em um dos casos, uma ex-funcionária do museu cometeu suicídio14 dias após deixar o trabalho.
O MPT aponta na ação que recebeu uma denúncia anônima de que uma das funcionárias do museu "recebia ameaças da diretora, era pressionada a realizar atividades antiéticas e, apesar de ser a única pessoa qualificada (formação em museologia), sentia-se descredibilizada pelas falas e ações da Sra. Viviene".
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A funcionária pediu demissão diante as supostas ocorrências de assédio moral. Ela tirou a própria vida 14 dias depois de sair do trabalho. A partir de então, o MPT instaurou inquérito para para apurar se a conduta da diretora contribuiu para o suicídio da funcionária , além de verificar a possível ocorrência de assédio moral dentro do museu.
"Foi possível concluir que, de fato, as atitudes da Sra. Viviene instauraram um ambiente de assédio moral generalizado, tendo vitimado não só a denunciante, Sra. A.L., mas também outros trabalhadores", conclui a investigação do MPT.
Na decisão, o juiz Wanderley Piano da Silva entendeu "haver robustas provas da prática de assédio moral por parte da diretora" e que ela "cria um ambiente hostil aos trabalhadores e coloca em risco sua saúde mental".
"Os depoimentos colhidos pelo autor [MPT] no bojo do inquérito civil são uníssonos no sentido de que ela atuava e continuou atuando após sua instauração com menosprezo, ridicularização, ameaças e cobranças desproporcionais aos trabalhadores, de forma agressiva e autoritária, desencadeando em alguns condições psiquiátricas", destaca o magistrado.
Wanderley determinou, de forma liminar, que a associação afaste a diretora do museu pelo prazo de dez dias.
Também determinou que a Associação dos Produtores Culturais do Mato Grosso realize programa de prevenção e conscientização à saúde mental dos trabalhadores e implantar um sistema de ouvidoria interna para denúncias dos trabalhadores, além de se abster de práticas de assédio moral ou qualquer parte discriminatória em relação à aparência física e a doenças (físicas ou mentais).
O juiz aplicou multa mensal de R$ 20 mil ou R$ 5 mil, a depender do descumprimento de algumas das medidas determinadas na judicial. Uma audiência foi marcada para 04 de maio para ouvir testemunhas do processo.
Outro lado
A direção do Museu de Arte Sacra afirmou que a diretora representante da instituição, Viviene Lozi Rodrigues, afastada por determinação da Justiça do Trabalho por suposta prática de assédio moral aos trabalhadores, ainda não foi ouvida pelo Ministério Público do Trabalho na fase da investigação do caso .
Em nota, a direção do museu informou que recebe com normalidade a decisão de afastamento da diretora "para que não haja interferência no processo".
"É importante ressaltar que a defesa está sendo preparada com comprovações e provas que serão apresentadas em momento oportuno", destaca a direção.
Confira a nota na íntegra
NOTA
Sobre a determinação da Justiça do Trabalho para que a Associação dos Produtores Culturais do Mato Grosso afaste a diretora do Museu de Arte Sacra, Viviene Lozi Rodrigues, por suposta prática de assédio moral, a direção do Museu informa que vê a medida de afastamento com normalidade para que não haja interferência no processo.
A direção do museu acrescenta porém que, na fase de inquérito, não foram ouvidas a diretora da instituição e nem outras testemunhas.
Outrossim, é importante ressaltar que a defesa está sendo preparada com comprovações e provas que serão apresentadas em momento oportuno.
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Barbara Lopes Bussiki 19/04/2023
Viviane nunca foi qualificada para fazer parte de um projeto como o de Museu de Arte Sacra. Foi colocada lá por pura politicagem. Quem participa do meio cultural de Cuiabá sabe muito bem disso. Na minha Humilde opinião já vai tarde!!!
Bruno Amorim 11/04/2023
Me chama Bruno sou estudante da UFMT e fiz estágio no MASC... Essa Viviane fazia da vida dos estagiários um inferno... Ordem aos Gritos... Humilhação...
NELMA DE CASSIA DA SILVA CAMPOS RAMOS 06/04/2023
Meu nome é Nelma sou a mãe da Ana Ligia Campos Ramos, falecida em 2021, vítima de assedio moral pela sra Viviane, então gestora do MASC, localizada em Cuiaba-MT, agradeço ao Senhor Procurador que juridicamente fez a ação contra a então gestora do museo, temos que publicar, levar ao público, pois leis virão que melhorará o convívio entre as pessoas, no ambiente de trabalho, como é esse caso. Agradeço a Deus que é apaixonado por todos nos, vive sempre entre cada um que ajuizou essa ação.
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