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JUSTIÇA Quarta-feira, 21 de Agosto de 2024, 09:00 - A | A

21 de Agosto de 2024, 09h:00 - A | A

JUSTIÇA / ACUSADO DE AGRESSÃO

Amiga sofreu perseguição religiosa e racial após aconselhar ex de policial civil a terminar relacionamento

Após atual companheira denunciar Sanderson Castro por agressão, novas denúncias surgiram contra investigador

CECÍLIA NOBRE
Da Redação



Além da denúncia de violência doméstica registrada pela personal trainer Débora Sander, de 43 anos, contra o ex-marido, Sanderson Ferreira de Castro Souza, na segunda-feira (19), o policial civil também passou por um inquérito policial, no ano de 2019, após coagir, difamar e perseguir a amiga, H.K.G.S., depois que ela aconselhou a falecida Daiane Tonetta Neitzke, de 26 anos, a terminar o relacionamento com o policial. 

À época, H.K.G.S. registrou um boletim de ocorrência, onde detalha que vinha sofrendo perseguição por parte de Sanderson, via mensagens em grupos de WhatsApp.

A vítima disse que conhece o policial há 14 anos e que frequentava a casa dele, pois estava em um relacionamento com um dos amigos com quem Sanderson dividia a moradia. De acordo com o relato, H.K.G.S. disse que, em outubro de 2018, Daiane entrou em contato com ela, por mensagens, dizendo que estava sofrendo ameaças de Sanderson, com quem tinha um relacionamento amoroso e que não conseguia se separar dele, pois o mesmo não aceitava.

Diante da situação, H.K.G.S., disse que aconselhou Daiane a terminar o relacionamento e buscar ajuda em uma Delegacia de Polícia. Segundo a vítima, Sanderson teve acesso às mensagens trocadas entre elas, momento em que removeu H.K.G.S. de um grupo de WhatsApp. Pouco tempo depois, ela foi adicionada em outro grupo ao qual o policial também fazia parte, momento em que Sanderson começou a insultá-la.

“Tranqueira já falou hoje no grupo? Essa que eu não cito nome, que todo mundo sabe quem é e odeia porque é biscatinha, macumbeira, desgraçada, golpista, analfabeta”, diz trecho das ofensas direcionadas a vítima escritas por Sanderson. 

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A mulher disse ainda que sempre que interagia no referido grupo, o policial começava a ofendê-la e mesmo sem citar seu nome, todos os membros da plataforma sabiam que ele estava falando dela. 

Em agosto de 2019, H.K.G.S. estava em um bar, com outros amigos, e depois foram até a casa de Sanderson, onde um dos colegas morava, e ficaram no local bebendo. Segundo ela, em nenhum momento o policial saiu de seu quarto, sendo que ela foi embora por volta das 5h25.  

Alguns dias depois, a vítima disse que Sanderson a atacou novamente no grupo enviando o seguinte áudio: “Tem tranqueira que veio aqui em casa sabendo que eu não gosto dela dar o golpe, pois queria beber na beira da piscina, Deus me livre essa macumbeira desgraçada vir aqui em casapra colocar mal olhado, sabe que não gosto dela e veio aqui em casa foder em cima da mesa e eu tenho um vídeo massa, essa minha sacada aqui é boa para filmar tudo que acontece na beira da piscina”.

Depois disso, diversos membros do grupo procuraram a vítima e disseram para que ela desconsiderasse as ofensas de Sanderson, pois o mesmo estava “fazendo pirraça”, após descobrir que ela havia aconselhado Daiane a terminar com ele. Conforme os dias passavam, Sanderson continuava a ofender H.K.G.S. e outras mulheres.

Em um desses momentos as vítimas se mostraram incomodadas com a situação e se pronunciaram no grupo, pedindo que o policial parasse de difamá-las. Depois disso, ela e outra integrante do grupo foram até uma delegacia e cada uma registrou um boletim de ocorrência contra o policial. À época, ambas solicitaram medidas protetivas, tendo H.K.G.S. destacado que sentia muito medo de Sanderson pois o mesmo estaria “descontrolado”, somado ao fato de ser policial civil, andar armado e beber excessivamente.

Policial negou tudo

Intimado a prestar esclarecimentos, Sanders alegou que “bebe socialmente”, que nunca falou diretamente com H.K.G.S. e que apenas deu sua “opinião com relação a umbanda”, dizendo que não acreditava na religião e que macumba “só pega em quem acredita”.

Quanto às ofensas proferidas no grupo de WhatsApp, o policial disse que falou de maneira geral e que H.K.G.S. tomou sua “opinião” como se fosse direcionada a ela.

Sobre ter realizado filmagens íntimas da vítima com um de seus colegas, em sua casa, Sanderson também negou e disse que no dia em que o grupo foi até sua casa ele não estava lá e o caso citado no WhatsApp era direcionado a outras pessoas e não a H.K.G.S.

MP pede extinção de punibilidade

Em abril de 2021, o Ministério Público Estadual (MPE), por meio da promotora de Justiça, Elisamara Sigles Vodonós Portela, apontou que os delitos de calúnia, injúria e difamação, tratam-se de crimes de ação de iniciativa privada e devido ao longo lapso temporal sem que a vítima tenha se manifestado, houve decadência no direito de queixa, deixando transcorrer o prazo para ingressar com a competente queixa-crime.

“Assim, tendo em vista a decadência do direito de apresentar a queixa crime pelos delitos de injúria, calúnia e difamação, o Ministério Público requer seja julgada extinta a punibilidade, nos termos dos arts. 107, IV e 109,VI, ambos do Código Penal, procedendo-se ao arquivamento do inquérito policial”, apontou o MPE. 

Diante disso, em maio do mesmo ano, o juiz Jeverson Luiz Quintieri, da 2ª Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, acolheu o parecer do Ministério Público e arquivou o processo. 

Suposto suicídio de companheira

Em 2020, a então namorada do policial, Daiane Tonetta Neitzke, de 26 anos, tirou a própria vida com a arma de Sanderson, em um suposto caso de suicídio que foi contestado pela família da vítima.

Segundo informações da Polícia Militar, na noite de 4 de maio daquele ano, a equipe recebeu a denúncia de que um homem mantinha sua esposa refém. Ao chegar no local, os PMs encontraram a mulher sem vida.

O irmão de Daiane, Anderson Tonetta, afirmou na época que a jovem era diariamente vista com hematomas roxos pelo corpo e, por isso, a família não aprovava o relacionamento com o policial civil que, até então, era lotado na Polinter.

Anderson também alegou que a convivência do casal era conturbada e que o investigador não permitia que a irmã tivesse contato com algumas pessoas.

Procure ajuda

Ligue 188 ou acesse o site do Centro de Valorização da Vida (CVV) e fale com um dos voluntários.

Horário de atendimento por telefone: Disponível 24 horasHorário de atendimento por chat: Dom - 17h à 01h, Seg a Qui - 09h à 01h, Sex - 15h às 23h, Sáb - 16h à 01h

 

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