ALLAN PEREIRA
Da Redação
Após pedido do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) do Ministério Público instaurou inquérito policial contra o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) por supostas práticas de difamação, injúria, ameaça e associação criminosa, por conta de outdoors instalados em Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá).
Além de Cattani, serão investigados Thiago Mota de Lima e Michel Pagno, líderes do Movimento Conservador de Rondonópolis.
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O outdoor em questão foi instalado às margens da BR-364, próximo à entrada do município, com uma fotografia do Lula e a seguinte mensagem: "Aqui esse bandido é reconhecido como o 'traidor da pátria', fora... maldito".
Após a instalação do outdoor, Lula e o Partido dos Trabalhadores apresentaram uma notícia crime a Polícia Civil de Mato Grosso com um pedido de investigação policial contra Cattani, Pagno e Mota.
O ex-presidente argumenta que sua honra foi denegrida em nível nacional e até internacional.
Como a questão envolve um deputado estadual, a Polícia Civil pediu autorização junto ao Naco, que tem competência para julgar políticos com foro.
O coordenador do Naco, procurador Domingos Sávio de Barros Arruda, aceitou a instauração do inquérito policial contra Cattani, Mota e Pagno e cita uma postagem feita pelo deputado estadual apontando que "seria 'o primeiro outdoor de muitos'".
“Observa-se, portanto, que o quadro aqui exposto revela uma possível prática não apenas do crime de Associação mas, também, de Injúria e Difamação por parte do Deputado Estadual Gilberto Cattani e outros”, diz a decisão de Domingos.
Os advogados Cristiano Zanin e Eugênio Aragão, que representam o Partido dos Trabalhadores, acreditam que a decisão do MP do Mato Grosso é importante no sentido de conter os abusos cometidos antes mesmo do início da campanha presidencial de 2022.
“Aguardaremos a decisão final do MP, mas entendemos que a instauração do inquérito é medida extremamente relevante para apurar possíveis crimes praticados contra o ex-presidente Lula”.
A reportagem do MidiaJur entrou em contato com a equipe do deputado Gilberto Cattani, que afirmou que o parlamentar prefere não se manifestar sobre o caso.
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