THIAGO STOFEL
DA REDAÇÃO
Christian Albino Cebalho de Arruda, 28 anos, companheiro de Nataly Hellen Martins Pereira - assassina confessa da adolescente Emily Sena, de 16 anos -, prestou depoimento na noite desta quinta-feira (13) e revelou que acreditava que a pessoa com quem se relacionava há cerca de 1 ano estava grávida. Inclusive, disse que pegava na barriga dela durante o suposto período gestacional.
Christian chegou a ser detido, mas acabou sendo liberado após a Polícia Civil constatar que ele não estava na cena do crime, onde a adolescente foi morta após passar pelo parto da criança.
O rapaz, que trabalha num restaurante na Capital, relatou que na última quarta-feira (12) saiu para trabalhar às 9h, onde permaneceu até às 15h. Ele não levou o celular porque compartilhava com a esposa e notou algum comportamento estranho dela. "Ela apagava algumas conversas, mas a Nataly falava que era 'conversa de menina' e por isso apagava", diz trecho do depoimento.
Ainda sobre o dia do crime, ele retornou para casa após sair do trabalho e, pouco antes das 16h, o cunhado de Nataly chegou em casa informando que "o bebê estava para nascer". Ele, então, dirigiu-se ao Hospital Santa Helena como carona na moto do cunhado.
Ele alega que não encontrou a esposa logo que chegou ao hospital, pois não estava na hora da visita. Ele, então, retornou para casa e, pouco depois recebeu uma chamada de vídeo da cunhada, que acompanhava a assassina na maternidade.
À noite, por volta das 21h, retornou ao hospital e encontrou a esposa com a bebê. A cunhada já tinha ido embora. Inclusive, chegou a registrar vídeo com a criança em suas redes sociais.
Ao ficar com a suposta filha no quarto da maternidade, pois a esposa desceu para fumar, Christian disse que recebeu a visita de policiais militares. Ele foi orientado a acompanhar os PMs e deixou a criança com a enfermeira.
Ele voltou a encontrar Nataly no térreo do hospital e ambos foram encaminhados para a Central de Flagrantes, no bairro Verdão. Ele chegou a conversar com a esposa e ela dizia que era a mãe do bebê.
Sobre a gravidez, ele admitiu não ter acompanhado a esposa nos exames pré-natal, "mas que ela apresentava fotos e exames atestando a gravidez". "Que pegava na barriga da Nataly e acreditava que ela estava grávida mesmo", relatou.
Ele negou ter conhecimento de conversas entre a esposa e a vítima. Christian contou ainda que achou estranho a esposa ir almoçar na casa do irmão na data do crime, "pois não fica ninguém lá". A residência, localizada no bairro Jardim Florianópolis, foi o local onde ocorreu o crime e a jovem foi encontrada numa cova rasa.
Leia mais:
Perícia revela que bebê foi retirado com a mãe ainda vida; sacola abafou gritos
Trio supostamente envolvido em assassinato é liberado após depoimento; mulher segue presa
Pai garante que filha matou adolescente sozinha e 'complicou' toda a família; vídeo
Mulher confessa assassinato de adolescente e diz ter agido sozinha
1ª dama comenta crime cruel em Cuiabá e defende penas mais rígidas
Vídeos mostram local onde adolescente foi morta e cova em quintal de casa
Perito se choca com cena de adolescente morta: “umas das mais cruéis que já vi”
Adolescente teve bebê arrancado da barriga após ser assassinada, diz delegado
CASO
Emilly foi vista pela última vez na manhã de quarta-feira (12), quando saiu de sua casa, em Várzea Grande, para buscar as doações prometidas por Nataly. Na tarde do mesmo dia, uma enfermeira do Hospital Santa Helena denunciou à polícia que Nataly deu entrada na unidade com uma criança nos braços, alegando que teve parto normal em casa.
Conforme o relato da profissional, a suposta mãe chegou andando normalmente, com o cordão umbilical cortado e um pouco de sangramento na mão. Na avaliação clínica, o colo do seu útero estava fechado, descartando a possibilidade de ela ter tido um parto normal.
Ao pedir para dar de mamar à criança, Nataly informou que não possuía leite e insistiu em ir embora ao perceber a desconfiança da enfermeira. A Polícia Militar esteve no local e a encaminhou à delegacia.
Em investigação, policiais foram até a residência da suspeita nesta quinta e encontraram Emilly enterrada em cova rasa no quintal, com ferimentos que apontam requintes de crueldade.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.