DA REDAÇÃO
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Cuiabá, responsável pela saúde de mais de 10 etnias em mais de 200 aldeias, enfrenta uma crise que reflete a negligência na gestão da saúde indígena. Em Mato Grosso, existem cinco unidades do DSEI, cada uma com a missão de atender uma região específica, mas problemas graves nos transportes estão comprometendo o atendimento às comunidades.
Uma das principais denúncias é a situação dos veículos utilizados para dar assistência nas aldeias. O contrato emergencial foi firmado em agosto de 2023, com validade inicial de seis meses e prorrogado por mais seis meses, mas já se passaram mais de um ano sem que uma nova licitação tenha sido realizada. Mesmo com pagamentos integrais feitos à empresa contratada, os veículos necessários continuam indisponíveis.
Além disso, a empresa contratada não cumpre com as manutenções nem fornece a quantidade adequada de veículos. Os poucos carros disponíveis estão sucateados, gerando atrasos nos atendimentos e dificultando o acesso às aldeias mais distantes. O transporte precário não só compromete o atendimento médico, mas também gera desentendimentos com as comunidades indígenas, que sofrem com a falta de assistência básica.
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A situação se agrava devido à falta de poços artesianos e alojamentos adequados para os profissionais de saúde. Imagens recentes mostram comunidades enfrentando escassez de água potável e infraestrutura insuficiente para garantir condições dignas de trabalho e atendimento. Vídeos gravados por lideranças indígenas revelam as dificuldades diárias e a impossibilidade de receber cuidados médicos em tempo hábil.
"Representantes das comunidades indígenas têm expressado sua indignação diante do descaso. A deficiência no transporte e na infraestrutura básica é um reflexo claro da falta de compromisso com a saúde indígena. Essa situação se arrasta há meses, sem respostas concretas por parte das autoridades competentes", comentou uma liderança indígena que preferiu não divulgar sua identidade com receio de represálias.
Um pregão está previsto para o dia 10 deste mês, às 9 horas da manhã, com o objetivo de solucionar as pendências relacionadas aos contratos emergenciais firmados desde 1º de abril de 2023. Caso não seja realizado ou fracasse, há o risco de as comunidades indígenas continuarem sem os carros necessários para os atendimentos.
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