LÁZARO THOR e ALLAN PEREIRA
Da Redação
Cerca de 300 casarões históricos do Centro da Cuiabá, tombados como patrimônio histórico, cultural e arquitetônico nacional, estão em situação de abandonado ou subutilizados, segundo a pesquisadora Luciana Mascaro, que participou de uma reunião na Câmara de Cuiabá sobre o assunto no dia 29 de março deste ano. Neste sábado (8), a Capital completa 304 anos de fundação.
O levantamento foi feito pelas pesquisadoras Luciana Mascaro e Carla Cristina Rosa de Almeida da Universidade Federal de Mato Grosso, do departamento de Arquitetura e Economia, respectativamente. As duas elaboraram o "Plano de Gestão Para o Centro Histórico de Cuiabá", que foi apresentado à vereadora Edna Sampaio (PT) na reunião na Câmara.
"Não podemos admitir que, a essa altura em que estão as coisas - mudanças climáticas, meio ambiente, e uma série de outros problemas -, tenhamos um parque construído de mais de 300 imóveis abandonados ou inutilizados. Isso mostra a pouco eficiência de todos os entes e grupos que exercem qualquer tipo de força ou interesse nessa cidade", pontua.
Segundo Luciana, existem cerca de mil imóveis dentro da região do centro histórico, sendo que 50 estão em risco de colapso e 300 estão abandonados ou subutilizados. Grande parte também está em péssimo estado de conservação.
Para Luciana, o centro histórico tem uma grande vocação para museus e outras atrações turísticas. "O problema é que ainda a gente não tem nenhum produto turístico para oferecer", lamenta.
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Estacionamentos
A pesquisadora aponta, entre os problemas do Centro Histórico, a enorme quantidade de estacionamentos. Segundo a pesquisa, 15% dos imóveis do local são estacionamentos.
"Eu sei que esse é um assunto muito delicado. Durante o projeto, a gente percebeu que é um assunto espinhoso, mas alguém vai ter que colocar a mão nisso e quem tem que colocar a mão nisso é a gestão municipal", afirmou a pesquisadora.
Na visão das pesquisadoras, o fluxo de veículos no centro, motivo da existência dos estacionamentos, é prejudicial para a capital mato-grossense. Por isso, a ideia é que a prefeitura crie um Plano de Mobilidade para o local.
"Esse fluxo acaba ajudando a degradar esse espaço, isso abala as estruturas, torna o espaço muito hostil para o pedestre, para pessoa que está de bicicleta. É muito ruim que a gente não tenha nenhum tipo de planejamento ainda voltado para a questão do trânsito", comentou.
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