LETICIA PEREIRA
Da Redação
Após vir à tona que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) tem investigado 20 candidatos a vereador em Mato Grosso por suposto envolvimento com organizações criminosas, a presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, declarou confiança no trabalho do Ministério Público e disse que é preciso aguardar o fim das investigações antes de tomar providências.
Os candidatos teriam tido as suas campanhas eleitorais financiadas pela facção Comando Vermelho (CV) em ao menos oito cidades do estado. O objetivo da organização seria influenciar o pleito e ampliar a sua zona de influência.
“Nós podemos dizer que o Ministério Público é o responsável e está atuante. Então, nós sentimos que realmente está sendo fiscalizada a atuação”, disse.
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A desembargadora afirmou que não cabe discutir providências agora, visto que os casos se tratam apenas de denúncias e não de condenações. Por isso, seria preciso ter informações mais concretas antes de aplicar punições, mesmo correndo o risco dos candidatos supostamente apoiados pelo CV serem eleitos.
“No futuro veremos. Nós não sabemos que providência tomar antes de acontecer. Estão sendo investigados, mas nós não sabemos o resultado ainda. A investigação é uma coisa, a condenação é outra. Então, por enquanto, são denúncias. É uma questão polêmica e não nos cabe antecipar o resultado, nem estar discutindo sem alguma coisa mais concreta”, alegou.
Segundo ela, caso comprovadas, as associações criminosas serão punidas de acordo com a legislação.
A desembargadora não definiu a situação como preocupante, mas razoável dentro dos contextos social e político atuais.
No último dia 20 de setembro, o vereador por Cuiabá e candidato à reeleição, Paulo Henrique de Figueiredo (MDB), foi preso por supostamente cooptar servidores da prefeitura e liberar alvarás de shows e casas noturnas para ajudar o CV a lavar dinheiro.
Já no dia 30 de setembro, o candidato a vereador por Rondonópolis, Ary Campos (PT), foi alvo de uma operação policial acusado de estar sendo financiado pela mesma facção. Integrantes do CV estariam, inclusive, supostamente forçando familiares e conhecidos a apoiar Ary com adesivagem de publicidade em veículos e participações em reuniões de campanhas.
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