DA REDAÇÃO
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) acusou o senador Wellington Fagundes (PP) de pedir R$ 1 milhão a uma construtora para agilizar a liberação de recursos federais para obras em duas rodovias de Mato Grosso.
A informação consta na delação premiada do ex-governador, firmada junto à Procuradoria Geral da República e que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal.
O caso teria acontecido em 2011, quando Wellington ainda era deputado federal. Segundo a acusação, o parlamentar teria argumentado que a propina seria entregue a integrantes do Ministério do Turismo, que financiava as obras por meio de convênio com o Estado.
As obras citadas na delação de Silval são a duplicação de trecho da MT-251, entre Cuiabá e Chapada, e o asfaltamento da ligação entre a BR-364 e São Lourenço de Fátima, nas proximidades de Rondonópolis.
Welington dizia que teria que pagar no Ministério do Turismo para a liberação dos recursos
Segundo as informações do ex-governador, a cobrança aconteceu quando começaram os atrasos nos repasses federais.
“Welington Fagundes procurou Wanderlei Facheti Torres, proprietário da [construtora] Trimec, e pediu em torno de 1 milhão de reais para Wanderlei, sendo que Welington dizia que teria que pagar no Ministério do Turismo para a liberação dos recursos”, diz trecho da delação.
A Trimec executou a obra de São Lourenço de Fátima.
“Welington pediu, ainda, para que Vanderlei procurasse o representante da empresa Cavalca, que realizava a obra na estrada de Chapada dentro do mesmo convênio para pagar tal propina a Welington, tendo Vanderlei ficado responsável em receber a parte da propina da empresa Cavalca e passar para Wellington Fagundes”, relatou Silval, que disse ter conhecimento de que o então deputado recebeu pagamentos das mãos de Vanderlei.
“Não sei se o valor foi pago na integralidade e também não sei se Welington repassou ao Ministério do Turismo ou ficou para si”, diz trecho da delação.
A delação
Em sua colaboração premiada, o ex-governador elenca 56 casos de corrupção em Mato Grosso em sua administração e na do ex-governador Blairo Maggi (PP), hoje ministro da Agricultura.
A delação tem, inclusive, imagens de deputados estaduais da legislatura passada - entre eles o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB) - recebendo dinheiro dentro do Palácio Paiaguás.
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