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VARIEDADES Terça-feira, 14 de Fevereiro de 2017, 14:26 - A | A

14 de Fevereiro de 2017, 14h:26 - A | A

VARIEDADES / ESQUEMA E ELEIÇÃO

Propina de R$ 1,7 milhão pagou dívidas de Lúdio Cabral, diz MPE

Informação consta em pedido de prisão contra membros do esquema

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



O Ministério Público Estadual (MPE) e a Delegacia Fazendária afirmaram que R$ 1,7 milhão da propina arrecadada nas fraudes envolvendo o Auto Posto Marmeleiro Ltda foi usado para pagar dívidas da campanha do ex-vereador Lúdio Cabral (PT) à Prefeitura de Cuiabá, em 2012.

A informação consta no pedido que culminou na 5ª fase da Operação Sodoma, deflagrada nesta terça-feira (14). Um dos presos na operação é o ex-secretário de Administração Francisco Faiad (PMDB), que foi vice de Lúdio naquela eleição.

De acordo com o documento, as empresas Marmeleiro e Saga Comércio e Serviço de Tecnologia e Informática Ltda. teriam ganhado licitações na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) de forma fraudulenta e, em troca, teriam pago propinas na ordem de R$ 5,1 milhões.

Além disso, conforme o MPE, o Estado pagava às empresas por combustíveis que não eram fornecidos, mas sim inseridos de forma fictícia no sistema.

O MPE narrou que uma das “missões” de Faiad foi a de usar parte do dinheiro arrecadado para pagar débitos decorrentes da campanha de Lúdio.

“No período em que Francisco Faiad integrou a organização criminosa, o noticiado desvio de dinheiro público teve o seguinte destino: 1 — R$ 1.700.000,00 promoveu o pagamento de dívida de campanha eleitoral do ano de 2012 na qual ele, Francisco Faiad e Lúdio Frank Mendes Cabral, concorriam ao cargo de vice- prefeito e prefeito respectivamente, junto à própria empresa Marmeleiro no período de fevereiro a agosto de 2013”, diz trecho do documento.

Segundo o MPE, o R$ 1,7 milhão foi usado para pagar o próprio Posto Marmeleiro, que teria prestado serviços à campanha do petista.

Outra parte do dinheiro arrecadado por Faiad (R$ 916 mil) teria sido usado para formar um "caixa" para bancar a campanha política do grupo de Silval em 2014, da qual Faiad concorreu a deputado estadual e Lúdio a governador.

"R$ 916.875,00: no período de setembro a novembro de 2013, que foi destinado a formação de um caixa da futura campanha eleitoral do grupo político de Silval Barbosa no ano de 2014, grupo ao qual pertencia o investigado Francisco Anis Faiad, tanto que concorreu ao cargo de Deputado Estadual".

Veja fac-símile do documento:

faiad passou 1,7 milhão para pagar dividas de ludio print

A operação

Além de Faiad, a 5ª fase da Sodoma prendeu o ex-governador Silval da Cunha Barbosa, seu ex-assessor Sílvio Cesar Corrêa Araújo, o ex-secretário adjunto de Administração, José Jesus Nunes Cordeiro, e o ex-secretário-adjunto executivo da Secretaria Executiva do Núcleo de Trânsito, Transporte e Cidades, Valdisio Juliano Viriato. Silval, Silvio e José Jesus já estavam presos em decorência de fases anteriores.

Entre os conduzidos coercitivamente para interrogatórios estão: Wilson Luiz Soares, Mario Balbino Lemes Junior, Rafael Yamada Torres, o ex-secretário de Fazenda Marcel Souza de Cursi e o ex-vereador Lúdio Cabral.

Os suspeitos são investigados em fraudes à licitação, corrupção, peculato e organização criminosa em contratos celebrados entre as empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda. e Saga Comércio Serviço Tecnológico e Informática  Ltda., nos anos de 2011 a 2014, com o Governo do Estado de Mato Grosso.

Segundo a Polícia Civil apurou, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana  (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).

As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado efetuaram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 7 milhões.

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