Quinta-feira, 02 de Janeiro de 2025
icon-weather
instagram.png facebook.png twitter.png whatsapp.png
Quinta-feira, 02 de Janeiro de 2025
icon-weather
Midia Jur
af7830227a0edd7a60dad3a4db0324ab_2.png

JUSTIÇA Sexta-feira, 18 de Março de 2016, 08:22 - A | A

18 de Março de 2016, 08h:22 - A | A

JUSTIÇA / OPERAÇÃO VENTRÍLOQUO

Anotação apreendida dizia para “ferrar” José Riva e Romoaldo

Documento é atribuído ao advogado Júlio César Rodrigues, apontado como lobista de suposto esquema na AL

LUCAS RODRIGUES
DA REDAÇÃO



Anotações contidas em agenda que pertence ao advogado Júio César Rodrigues, réu da Operação Ventríloquo, diziam para “ferrar” com o ex-deputado José Riva, com o deputado Romoaldo Júnior, com o banco HSBC, com “sua OAB”, e com pessoas identificadas apenas como “procurador do Estado e procurador da Assembleia”.

A agenda foi apreendida durante a prisão do advogado, efetuada em São Paulo, em agosto do ano passado. Atualmente, ele está recolhido no Centro de Custódia da Capital.

Ele é apontado como “lobista” do suposto esquema investigado na ação, que teria desviado R$ 9,4 milhões da Assembleia Legislativa, por meio da concessão indevida de créditos ao então advogado do HSBC, Joaquim Mielli. No total, Julio César teria recebido R$ 340 mil na tratativa.

Há possibilidade de que a anotação “HSBC” e “sua OAB” se refira ao advogado Joaquim Mielli, que recentemente teve seu registro profissional na OAB suspenso pelo prazo de 1 ano, por ter se apropriado dos créditos devidos pela Assembleia ao banco.

Já a anotação “procurador da Assembleia”, em tese, pode fazer alusão ao ex-procurador da Assembleia Anderson Flávio Godoi, também réu na ação e autor do parecer que opinou pela liberação dos créditos.

PRINT FERRAR COM RIVA E ROMOALDO

 

A juntada da agenda no processo levou a defesa de José Riva, apontado como líder do alegado esquema, a requerer uma perícia para averiguar se o autor das anotações é ou não o advogado Julio Cesar Rodrigues.

“Nesses termos, levantam-se dúvidas, quiçá a indevida antecipação da tese defensiva: quem teria o interesse de “ferrar” com o requerido? Ou seja, por que motivo o corréu Julio César teria uma notação desse tipo? Elas pertenciam efetivamente a ele ou a outra pessoa?”, questionaram os advogados Rodrigo Mudrovitsch, George Alves, Felipe Carvalho e Luis Pereira Filho.

Outra anotação colocada sob suspeita pela defesa de José Riva faria alusão à distribuição dos valores supostamente desviados.

 

 

 

FERRAR COM RIVA E ROMOALDO 2

 

 

 

“Por esses motivos, é imperiosa a realização de perícia grafotécnica nos documentos [...], único meio hábil de comprovar a autoria de tais anotações que, muito além de revelar quem tinha o interesse de “ferrar” com o requerido, pode demonstrar quem, supostamente, coordenou o hipotético repasse de valores”, disse a defesa, em pedido feito à juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

Além da perícia, a defesa pediu que todas as testemunhas arroladas na ação – inclusive o delator Joaquim Mielli – prestem novo depoimento para esclarecer os dados contidos na agenda do advogado.

Também foi solicitado que a juíza oficie o Ministério Público a esclarecer o porquê de as anotações contidas na agenda só terem sido juntadas na ação seis meses após ela ter sido proposta, “revelando-os somente após esse I. Juízo ter determinado o interrogatório antecipado do corréu Julio César e Anderson Godoi, às vésperas da conclusão da instrução processual”.

“É de se causar estranheza o teor de tais anotações, que externam, expressamente, o desejo de prejudicar a pessoa do requerido [Riva]”, disse a defesa.

Suposta extorsão a Romoaldo

Além da anotação da agenda, as investigações da Ventríloquo apontam que o advogado Julio Cesar Rodrigues teria tentado extorquir o deputado Romoaldo Junior, em julho do ano passado.

O suposto crime teria ocorrido por meio de mensagens enviadas ao irmão do parlamentar, Juliano Jorge Boraczynski, cujo teor dizia: “Tenho seu mano gravado várias vezes... Quero um milhão para segurar a bronca toda.. Vocês têm três dias”.

A alegada tentativa de extorsão do deputado estadual, assim como a alegação de que não foi o autor da mensagem de texto, fez com que, em audiência realizada no dia 11 de dezembro de 2015, a juíza Selma Arruda decidisse pela permanência da prisão preventiva de Júlio Cesar.

“O motivo principal da minha decisão é, exatamente, a constatação da sua periculosidade e da sua capacidade de usar de ardis, para conseguir os seus objetivos escusos. Essa constatação não é absoluta, pois ainda não estou sentenciando. Quando decretei a prisão, foi para garantir a segurança processual e a ordem pública. Agora, eu mantive não mais pela necessidade de garantia as instruções, mas fundada no meu entendimento, de que, se tratando do senhor, é muito perigoso substituir a prisão preventiva por uma medida cautelar”, afirmou ela.

Além de Julio César Rodrigues e José Riva, são réus da ação penal o ex-secretário de Finanças da Assembleia Legislativa, Luiz Pommot, e o ex-procurador jurídico do órgão, Anderson Flávio Godoy.

Também correm investigações no Tribunal de Justiça de Mato Grosso contra deputados citados na operação, incluindo Romoaldo Junior, uma vez que ele ocupava a Mesa Diretora da Assembleia quando o pagamento foi liberado.

O parlamentar, em depoimento ao Gaeco em maio de 2015, negou qualquer envolvimento e ressaltou que toda a negociação sobre o pagamento havia sido feita por Riva - que estava afastado da presidência por ordem judicial.

Leia mais:

OAB-MT suspende registro profissional de delator da Ventríloquo

Advogado teria tentado extorquir deputado estadual

Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .

Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.


Comente esta notícia

Polícia Penal retira mais de 870 celulares de dentro de presídios de MT
#GERAL
COMBATE AO CRIME
Polícia Penal retira mais de 870 celulares de dentro de presídios de MT
Prato Popular serve 170 mil refeições à população em situação de vulnerabilidade
#GERAL
DE JANEIRO A DEZEMBRO DE 2024
Prato Popular serve 170 mil refeições à população em situação de vulnerabilidade
Caminhoneiros morrem em acidente na BR-070, em MT; vídeos
#GERAL
TRAGÉDIA DE RÉVEILLON
Caminhoneiros morrem em acidente na BR-070, em MT; vídeos
Mãe perfura pescoço do filho por passar Réveillon fora de casa
#GERAL
SAIU ESCONDIDO
Mãe perfura pescoço do filho por passar Réveillon fora de casa
Mulher busca ajuda na rodoviária para fugir de namorado agressor
#GERAL
APÓS BEBEDEIRA
Mulher busca ajuda na rodoviária para fugir de namorado agressor
Homem ameaça esposa com faca após agressão  em MT
#GERAL
NÃO A DEIXOU SAIR
Homem ameaça esposa com faca após agressão em MT
Confira Também Nesta Seção: