ALLAN PEREIRA
Da Redação
Foi severo o impacto da falta de chuvas e das altas temperaturas para produtores de soja e milho em Mato Grosso. Segundo mapas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o clima foi extremamente seco em boa parte do Estado nos últimos seis meses. A expectativa do setor é, com a estiagem prolongada, de quebra de safra para o próximo ano.
Mesmo em meio a tanto calor, os produtores de soja e milho alcançaram 100% do plantio até 10 de dezembro, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A semeadura começou no início de setembro.
Uma pesquisa feita pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) estimou que a quebra da soja será de 20%. O Governo do Estado falou em até 30%.
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Reprodução/Inmet
Os mapas do Inmet mostram que o calor e o tempo seco predominaram nos últimos seis meses. Os municípios da região do Xingu, do Araguaia e do Pantanal, além do noroeste do Estado, têm a soja como uma das principais economias. Elas foram extramamente secas e duramente afetadas pela falta de chuvas, segundo o instituto.
O Inmet destaca que sucessivas ondas de calor elevaram a temperatura para mais de 40 graus nesses locais.
Em média, 34,31% das lavouras estão em boa ou ótima situação, 37,7% estão regulares e 27,58% estão ruins ou péssimas, de acordo com a Aprosoja. O estudo da associação também aponta que a situação pode se agravar caso não ocorram chuvas regulares nas próximas fases de desenvolvimento das plantas.
As chuvas são importante para manter o solo irrigado. Sem isso, as plantas não conseguem desenvolver de forma adequada e podem vir a morrer. Foi o que aconteceu com quase 1/3 dos produtores ouvidos pela Aprosoja. Eles perderam os investimentos iniciais e devem diminuir a área plantada para não amargar um prejuízo maior.
A Aprosoja apontou que a produção de soja deve cair de 62,30 sacas por hectare pare 49,68 sc/ha. Já o ministro de Estado de Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro (PSD), citou relatos de produtores que estão colhendo até 20 sacas por hectare. Ele prometeu medidas excepcionais para conter os impactos da baixa produção de soja.
Sem dar detalhes, Fávaro disse que é determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deixar os “produtores passarem por maiores dificuldades em função das mudanças climáticas”.
O calor extremo é influência direta do El Niño, fenômento que aquece as águas do Oceano Pacífico, aumentando as temperaturas e espantando as chuvas em boa parte do Brasil.
A previsão do Inmet e também do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, apesar das chuvas caírem com mais frequência, o tempo seco deve predominar no Estado de Mato Grosso até fevereiro de 2024.
"Vale ressaltar que, nesta área central do país, o período em questão se encontra na estação chuvosa, portanto, não se descartam episódios de chuva expressiva em algumas localidades. A previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima da faixa normal no centro e norte do país, com a possibilidade de ocorrência de períodos com excesso de calor", destaca.
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