DA REDAÇÃO
O padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, que atua na paróquia do Cristo Rei, em Várzea Grande, foi citado no inquérito da Polícia Federal que indiciou 37 pessoas pela tentativa de "golpe de Estado" que visava manter o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) no poder em 2022, mesmo após a derrota para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Vale destacar que Paulo Ricardo não está na lista de indiciados.
Conhecido pelo posicionamento conservador, seguidor de Olavo de Carvalho e apoiador declarado de Jair Bolsonaro, padre Paulo Ricardo foi citado inicialmente em um e-mail enviado pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva a Filipe Martins, então assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, em que pede um encontro com o então presidente, que após a derrota nas urnas ficou enclausurado no Palácio do Alvorada e, segundo a PF, buscando formas de ficar no poder.
“Sabendo da firme posição do presidente Jair Bolsonaro em defesa da vida e contra o aborto, Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior e eu, que estamos há anos engajados no movimento pró-vida e conhecemos bem o desenvolvimento dos dispositivos facilitadores do aborto em nossa nação, gostaríamos de ter uma conversa privada com o presidente para lhe referir algumas iniciativas que podem ser tomadas imediatamente pelo Poder Executivo e que, portanto, são de seu especial interesse”, diz a mensagem destacada pela PF.
Outra citação ocorreu num diálogo entre Paulo Ricardo e o padre José Eduardo, no dia de Natal. Mesmo há poucos dias do fim da gestão de Bolsonaro, a PF destaca que os dois sacerdotes ainda tinham esperança de manter o ex-presidente no poder.
“Ainda foi identificado um registro de conversa que reforça a ligação entre o padre José Eduardo e o ex-assessor Filipe Martins. Trata-se de um diálogo realizado com o contato salvo como ‘Paulo Ricardo de Azevedo Jr.’, vinculado ao número de telefone +5565….., o qual pertence a Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, em 25/12/2022, período em que os investigados ainda nutriam a esperança de consumação do golpe de Estado. Na mensagem, José Eduardo diz: ‘Estou falando com o Filipe Martins'”, afirma a PF.
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