MIKHAIL FAVALESSA E ALLAN PEREIRA
Da Redação
A vereadora Edna Sampaio (PT) afirmou que apresentará nesta segunda-feira (4) um pedido de afastamento imediato do vereador Marcos Paccola (Republicanos) pelo assassinato do agente do socioeducativo Alexandre Miyagawa, conhecido como "Japão". Edna vai apresentar ainda um segundo pedido de cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar.
Alexandre foi morto por Paccola em uma confusão de trânsito ocorrida na última sexta-feira (1º). Na manhã desta segunda, o presidente da Câmara, Juca do Guaraná Filho (MDB), convocou os vereadores para ouvir Paccola e definir o que seria feito sobre o caso.
A entrevista de Edna foi concedida à imprensa após a reunião. Os pedidos da vereadora deverão ser analisados pela Comissão de Ética da Câmara, presidida pelo vereador Lilo Pinheiro (PDT) e integrada pelos vereadores Adevair Cabral e Kássio Coelho (Patri).
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"É muito triste e lamentável, tanto para a família que perdeu seu ente querido quanto para a família do vereador Paccola que está vivendo essa tragédia. Então, a gente tem que tomar muito cuidado para que a gente possa respeitar o sentimento das famílias, especialmente da família da vítima", afirmou Edna.
A vereadora ponderou que as circustâncias do crime devem ser investigadas ainda pela Polícia Civil, mas pontuou que o decoro parlamentar deve ser mantido pelos vereadores também fora das dependências da Câmara.
"Não é um julgamento antecipado. Nós não estamos julgando o coronel Marcos Paccola. Nós sabemos que a dor que o coronel e sua família estão sentindo também é muito grande. Mas nós também temos vários episódios aqui, se vocês olharem as redes do coronel Marcos Paccola vocês vão ver a incitação ao uso da arma, à questão da legítima defesa como princípio da utilização da arma, e foi exatamente aquilo que foi utilizado como razão pela qual aconteceu esse crime tão trágico", disse.
A parlamentar ainda defendeu que a situação sirva para uma reflexão com relação ao uso de armas. Paccola é tenente-coronel da reserva da Polícia Militar.
"Arma serve para quê? Para matar gente, não é outra coisa. Não estamos em filme de bang-bang, em videogame, onde pessoas morrem e vivem depois de uma brincadeira com armas... armas são as coisas mais letais e perigosas. Se dois homens armados, dois policiais, não conseguiram, em um episódio, seja lá qual a razão, vai se investigar, se a culpa ou não, dolo ou não do vereador, mas o fato é que esse episódio, essa tragédia, não teria acontecido se não tivesse arma no local, se as pessoas não estivesse armadas, se o cidadão que morreu, que também é policial e inclusive conhecido do vereador Paccola, não estivesse armado, e se o Paccola não tivesse interpreado que ele poderia ser alvejado pela vítima", avaliou.
E continuou: "Então, veja, uma má interpretação a pessoa portando a arma pode significar uma tragédia. Eu não quero aqui condenar o Paccola, eu não sei as circustâncias. Eu sei o que vi na imprensa, estive no velório, conversei com as pessoas lá, com a namorada, com a ex-namorada, com a mãe, com todo mundo. E assim, eu acho que é triste, de ambos os lados, tanto para a família do Paccola quanto para a família da vítima. Agora, a Câmara enquanto instituição precisa tomar uma providência em relação a isso".
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