CECÍLIA NOBRE
Da Redação
Na manhã desta quinta-feira (13), o vereador Marcus Brito Júnior (PV) comentou, em entrevista à Rádio Cultura sobre a citação de seu nome no inquérito da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), referente à Operação Ragnatela. A operação investiga o envolvimento da facção criminosa Comando Vermelho, junto de políticos na promoção de eventos em casas noturnas da capital.
Questionado, Brito disse que não é alvo da operação e que seu nome foi citado diante de transações bancárias que totalizaram R$ 17 mil de sua conta para a de seu ex-assessor e um dos alvos da operação, Elzyo Jardel Xavier Pires, o Jardel Pires, que está preso.
O vereador disse que Jardel é conhecido em Cuiabá por ser promoter de eventos e que atuou como seu assessor parlamentar de janeiro de 2021 a junho de 2022. Logo depois, Jardel saiu para trabalhar no gabinete do vereador Paulo Henrique (MDB), que também foi alvo de mandados de busca e apreensão durante as investigações.
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“Enquanto meu assessor eu não tenho nada pra falar dele. Das sete e meia da manhã até uma da tarde, ele era meu assessor. A responsabilidade dele comigo era essa, o que ele fazia a partir das três em diante isso aí já é um problema dele. Não convém a minha pessoa investigar, correr atrás…”, afirmou.
O vereador disse que atua em projetos próprios enquanto membro da Câmara Municipal como o Futebol Amador, “Sopão”, “Brito no seu bairro”, que, segundo o parlamentar, utiliza do próprio dinheiro nas ações, já que não consegue verba do Poder Público.
“Eu não consigo estar em casa de materiais de construção, eu não consigo estar lá e aqui para comprar algo. Eu tenho que demandar isso e vai um assessor meu fazer. Então é justificável que, em um ano e seis meses, você ache dezessete mil reais de transferência da minha conta pra pra dele, sempre para pagar alguma conta, numa ação social... Eu não tive benefício dele pra mim”, disse Brito.
O parlamentar também afirmou que não tem relação, nem plano efetivo de trabalho com a Secretaria Municipal de Ordem Pública de Cuiabá e que inclusive “sofre” quando precisa de alguma demanda da pasta. “Eu não sou vereador que dá carteirada. Tanto é que quando eu chego na recepção eu espero a minha vez”, destacou.
De acordo com as investigações, Jardel era um dos principais membros da facção criminosa Comando Vermelho e atuava junto a Rodrigo Leal, que era coordenador do cerimonial da Câmara por indicação de Paulo Henrique. A mudança de parlamentar, segundo as investigações, atendeu pedido dos líderes da facção.
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