Servidores acusados de compra de vagas continuarão nos cargos, diz prefeito

Héctor Alvares afirmou que deseja exonerar todos os envolvidos, mas que depende de abertura de processo interno na prefeitura

Mikhail FavalessaMidiajur

MIKHAIL FAVALESSA e LÁZARO THOR
Da Redação

O prefeito de Mirassol D'Oeste, Héctor Alvares Bezerra (União) afirmou nesta terça-feira (11) que deseja exonerar todos os servidores que teriam comprado vaga no concurso realizado no município em 2021. No entanto, segundo ele, todos os servidores continuarão em seus cargos até a finalização do processo interno da prefeitura.

A Operação Ápate, que investigou esquema de fraude em concurso no município, apontou compra de vagas para a aprovação de pelo menos 32 candidatos. Veja aqui a lista dos citados em relatório sigiloso da Polícia Civil

"Continuam ainda porque tivemos acesso ao processo essa semana agora, então na hora que abrir o PAD a gente já vai afastar o mais rápido possível, o nosso desejo é cancelar a ata de posse deles, exonerar eles, e que lutem na Justiça para provar a inocência de cada um", afirmou o prefeito

Alvares afirmou ao Midiajur que a prefeitura teve acesso ao processo completo apenas nesta sexta-feira (7). A empresa Método Soluções, que realizou o concurso, teria vendido o gabarito das provas através de um terceiro, que cobrava até 12 vezes o salário do cargo por cada gabarito, para alguns ele realizava um desconto de até 10 vezes.

As conversas que revelaram o esquema foram interceptadas pela Polícia Civil durante investigação da morte do advogado Francisco Assis da Silva. O suspeito de ser o mandante do crime, o empresário Jussemar Riboli Pinto, foi preso e teve o celular apreendido. No celular, foram encontradas as conversas sobre venda de gabarito.

PAD contra servidores

O prefeito afirma que encaminhou pedido ao secretário de Administração do município para que sejam abertos Processo Administrativos Disciplinares (PADs) no decorrer dessa semana. Os servidores continuarão no cargo até a finalização do processo.

Alvares também não garantiu que novas nomeações serão feitas. Ele explicou que tem sido procurado por candidatos que não foram aprovados, mas não respondeu diretamente aos pedidos de nomeações.

"Se houver o cancelamento demora um pouco [as novas nomeações], demora mais de 120 dias, e começar a convocar só no ano que vem, lembrando que ano que vem é ano eleitoral e eu preciso ter segurança jurídica", explicou o prefeito.

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