LETICIA AVALOS
DA REDAÇÃO
Em entrevista antes de uma audência com a futura gestão da Saúde de Cuiabá e com o desembargador Orlando de Almeida Perri, o atual secretário de Saúde da Capital, Deiver Teixeira, se mostroou contra uma nova intervenção na pasta ou até mesmo uma gestão compartilhada com a próxima administração.
"A democracia, ela tem que ser sempre vigiada. A gestão do prefeito Emanuel Pinheiro vai até 31 de dezembro, então ela tem que ser respeitada", falou o secretário.
Teixeira reforçou que o principal problema enfrentado pela atual administração em relação a Saúde Pública é a falta de recursos por conta dos atendimentos de pacientes do interior do Estado. Ele destacou que, atualmente, pacientes de outras cidades representam 50% dos atendimentos na Capital e que não há a contrapartida proporcional.
"O Governo do Estado com certeza contempla (com repasses), mas nesse quantitativo todo não. Essa repartição financeira precisa ser reavaliada de tempos em tempos", defendeu o secretário, que explicou que os repasses são definidos previamente e não com base nos atendimentos.
Leia mais:
Abílio defende antecipação de sua gestão na Saúde e quer 'fechar' Empresa Cuiabana
"Por exemplo, determinado município tem direito a 10 atendimentos, aí chega aqui tem 50. Aí, como é porta aberta, o SUS é universal, você tem que atender", explicou.
Deiver relatou que, atualmente, o Governo do Estado repassa R$ 2 milhões para o Hospital Municipal de Cuiabá e São Benedito. "Você acha que faz sentido atendendo 50% do Estado", questionou, ao frisar que a gestão do prefeito eleito Abílio Brunini (PL) também deverá fazer este enfrentamento.
"De todo modo, já estamos encerrando. Que o próximo gsetor fique atento a essas situações porque senão todos sofrerão", alertou.
O secretário, inclusive, evitou rebater as críticas de Abílio, de que metade dos atendimentos da Capital serem de pacientes do interior é algo normal. "Espero que ele não tenha problema nenhum. Que tudo que ele esteja falando, nos vídeos dele, que ele consiga nos próximos meses fazer isso para a sociedade, que nós seremos os parabenizar", frisou.
Para o secretário, a economia de recursos que tanto pregam na Saúde é algo complexo de se revolver. "Ou você corta serviços, ou precisa de mais dinheiro. E outra, se um dia desafogar, vai encher de novo"
"As pessoas sempre têm soluções fáceis para problemas complexos. Não existe isso. Se for assim, tem que ganhar prêmio Nobel", complementou.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.