Rosana descobre no aeroporto que STF bloqueou passaporte

Suplente de senadora iria para a Europa, mas está na lista de restrição de viagem por envolvimento nos bloqueios a estradas no pós-eleição

MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação

A suplente de senador e ex-prefeita de Sinop Rosana Martinelli (PL) descobriu, no aeroporto e prestes a embarcar para a Europa, que seu passaporte foi cancelado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) na investigação dos atos antidemocráticos. Ela gravou um vídeo - veja ao final.

Rosana é investigada em um dos inquéritos que apura os possíveis financiadores de bloqueios em estradas e mobilizações por golpe de Estado em 2022, logo depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição presidencial.

Suplente de Wellington Fagundes (PL), Rosana foi alvo de uma decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes em dezembro do ano passado. A decisão bloqueou contas bancárias e suspendeu o certificado de Caçadora, Atiradora e Colecionadora (CAC) de Rosana. Com a decisão em segredo de Justiça, as restrições ao passaporte não foram divulgadas à época.

Alexandre de Moraes bloqueou contas bancárias de Rosana Martinelli

Suplente de senador aparece em vídeos com pecuarista preso

No vídeo, Rosana Martinelli relata que iria embarcar de férias para a Romênia e para a Bulgária na última segunda-feira (21). Ela iria pegar o voo em São Paulo, mas não conseguiu embarcar.

"Meu passaporte foi cancelado e (está) com restrição de eu deixar o país. Eu só descobri isso na hora que fui fazer a imigração. Eu fiquei seis meses com as minhas contas todas bloqueadas e provei que não financei nenhum ato antidemocrático. Agora, tudo de novo, vamos lá, o processo novamente para liberar o meu passaporte", disse no vídeo.

A suplente afirmou ser "preocupante tudo o que está acontecendo". Ela lembrou o slogan "Deus, Pátria, Família e Liberdade" usado por Bolsonaro e bolsonaristas na eleição de 2022 e também nos atos atos antidemocráticos posteriores ao pleito eleitoral.

"Como nós vamos continuar trabalhando com restrição da liberdade das pessoas que acreditam nesse país? E aquelas pessoas que, como eu, acreditam em Deus, Pátria, Família e liberdade? Como que fica?", questionou.

Veja o vídeo:

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