MIKHAIL FAVALESSA E ALLAN PEREIRA
Da Redação
"É mais uma promessa do PT sendo cumprida de tocar o terror no agronegócio". Essa foi a avaliação do deputado estadual Gilberto Cattani (PL) sobre o avanço da demarcação da Terra Indígena Kapôt Nhinore, localizada nos municípios de Vila Rica, Santa Cruz do Xingu, em Mato Grosso, e São Félix do Xingu, no Pará.
O território da etnia Kayapó fica no extremo Norte do Estado e atravessa a divisa com o Pará. A área já delimitada tem início nos limites do Parque Indígena do Xingu, este um território indígena estabelecido em 1961. Os estudos de demarcação da TI Kapôt Nhinore estão em fase de contestação na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Essa terra indígena tem, entre outros territórios, a aldeia onde nasceu Raoni Metuktire, conhecido como Cacique Raoni. O anúncio do avanço da demarcação foi feito pela presidente da Funai, Joênia Wapichana, durante o evento "Chamado Raoni", que reuniu mais de 800 indígenas de 54 povos do Brasil, na Aldeia Piaraçu, em São José do Xingu.
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"Eles prometeram que iriam fazer isso e estão fazendo isso. Muito simples!", diz Cattani na tarde de quarta-feira (2), data em que a Assembleia Legislativa retoma os trabalhos legislativos.
O local delimitado hoje tem 362,2 mil hectares, abriga a aldeia onde nasceu Raoni e é classificada pelo órgão como uma área sagrada para o povo kayapó.
À imprensa, Cattani disse que "não é justo o fazendeiro construir seu patrimônio e, em duas ou três gerações, falar que não é mais seu". Cattani disse também, de forma confusa, que a demarcação seria "uma forma de racismo", sem explicar melhor o que isso significaria.
"O branco tem regalias que o índio não tem só porque ele é índio. Por exemplo, o branco pode produzir nas suas terras; O índio não pode. O branco tem escritura da sua terra, o índio não tem. O branco pode arrendar suas terra, o índio não pode. O branco pode plantar soja transgênica, o índio não pode. Isso sim é racismo. Só porque ele é índio", disse.
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