ALLAN PEREIRA
Da Redação
O ex-diretor presidente da Rota do Oeste, Júlio Perdigão, pediu desculpas à sociedade mato-grossense pela concessionária não entregar os investimentos para a duplicação da rodovia BR-163 entre Itiquira e Sinop.
"Reafirmo meu pedido de desculpas - verdadeiros e sinceros. Estava na presidência do Conselho, depois vim para Cuiabá, moro aqui há dois anos e volto agora para São Paulo com a sensação de pedido desculpas aos transtornos que causamos. Não tínhamos esse objetivo", disse para a imprensa na manhã desta sexta-feira (5).
Desde a tarde desta quinta (4), a concessionária Rota do Oeste, do grupo Odebrecht Transport (OTP), não faz parte da administração da rodovia. O Governo de Mato Grosso, por meio da MT Participações e Projetos (MT Par), assumiu a concessão no lugar da empresa.
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A direção corporativa da Nova Rota será trocada por nomes indicados pelo MT Par - que terá o ex-senador Cidinho Santos (PP) e dois secretários de Estado formando o Conselho Executivo -, enquanto o corpo de funcionários deverão permanecer na empresa.
Julio destacou que a Rota do Oeste tentou diversas formas de deixar a concessão e que apanhou muito por conta da falta de investimentos - um dos principais agravadores para os casos de acidentes com mortes trágicas na rodovia.
"Não havia nenhum interesse em permanecer cobrando pedágio. O acionista não estava recuperando o investimento. Queríamos uma solução para que os investimentos retomassem, e a sociedade ficasse menos atingida".
O ex-diretor da Rota cita que até o governador Mauro Mendes (União Brasil) ficou reticente em assumir um problema competente ao Governo Federal. "Consegui uma abertura, uma agenda na realidade, em fevereiro de 2022. O caminho da devolução [da concessão] era certo, não tínhamos mais o que fazer".
Segundo Júlio, Mauro ficou desconfiado de início, mas foi acertando o plano de repasse da concessão para a MT Par depois de seguidas reuniões.
As discussões resultaram na assinatura de um um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O acordo permitiu que a MT Participações e Projetos S/A (MT Par), uma empresa controlada pelo Governo de Mato Grosso, comprasse o controle acionário no lugar da Odebrecht Transport (OTP). A previsão é de investir mais de R$ 7 bilhões em oito anos.
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edna cristina torres 17/05/2023
Só isso? Desculpas? Pelo que? Pelas vidas perdidas nessa rodovia? Esse senhor juntamente com as pessoas que faziam parte da Administração deveriam ser presas. Mas, quem era a empresa que administrava o consórcio, ODEBRECHT, ninguém nunca ouviu falar em envolvimento de corrupção não né. País é uma palhaçada. Vergonhoso. Mas não vai mudar muita coisa não. Com Cidinho e o governo do Mato Grosso administrando.
Manoel 06/05/2023
As desculpas são aceitas e as vidas, transtornos e finalmente o MP e a justiça no geral, vai embora como se nada tivesse acontecido, fica a pergunta.
José Antônio Nogueira 06/05/2023
É uma pena que pedido de desculpas não trás de volta tantas e tantas vidas de volta!
3 comentários