Da Redação
Historicamente, as mulheres são a maioria do eleitorado brasileiro e entre as pessoas votantes no estado de Mato Grosso, essa é uma realidade desde 2019. Atualmente, do total de mais de 158 milhões de eleitores no país, 53% (cerca de 83 mil) são do gênero feminino. E dentre os cerca de 2,5 milhões do eleitorado mato-grossense, 51% (por volta de 1,3 milhão) são mulheres. Essa participação reflete a valorização pela conquista do voto feminino, que só ocorreu com a instituição do Código Eleitoral de 1932, após mais de 100 anos de muita articulação e luta das mulheres.
O feito foi celebrado no dia 24 de fevereiro, definido como o Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil pela Lei n° 13.086, de 2015. Já são 93 anos com motivos para comemorar. Após dois anos da garantia do direito no Código Eleitoral, o direito foi incluído na Constituição Federal de 1934. Porém, para as mulheres o voto era facultativo, tornando-se obrigatório apenas em 1965, com a promulgação de um novo Código Eleitoral. Com o direito de votarem, as mulheres conquistaram também o direito de serem votadas, outro passo importante na busca pela representatividade feminina na política.
Em nível nacional, desde 2009, ano em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibiliza dados estatísticos do eleitorado, as mulheres compõem a maioria do público votante. Naquele ano, por exemplo, elas já representavam 52% (pouco mais de 67 milhões). A partir de 2019, este percentual saltou para 53% (cerca de 77 milhões).
No caso de Mato Grosso, as mulheres passaram a ser 50% do público votante em 2013, representando pouco mais de um milhão do eleitorado no estado. Essa porcentagem se manteve até 2018, já que em 2019 as eleitoras do gênero feminino passaram a ser 51% do total (1,1 milhão). De lá para cá, a participação das mulheres tem aumentado e fortalecido a atuação deste público no cenário político mato-grossense.
A atual gestão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) também foi marcada pela representatividade feminina, com a composição de duas desembargadoras à frente do órgão. Segundo a presidente, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, o constante aumento da participação feminina nas eleições representa o interesse das mulheres pela política.
"Isso demonstra não apenas o crescente engajamento das mulheres na política, mas também a busca por uma sociedade mais representativa e igualitária. A participação feminina fortalece a democracia, trazendo novas perspectivas e contribuindo para a construção de políticas públicas mais inclusivas e alinhadas às necessidades da população. O TRE-MT incentiva que cada vez mais mulheres participem ativamente do processo democrático, tanto exercendo o direito ao voto, quanto se candidatando", destaca a presidente.
O esforço do Tribunal em estimular a representatividade feminina no cenário político estadual também é enfatizado pela vice-presidente e corregedora regional eleitoral, Serly Marcondes Alves. “Nós temos feito rodas de conversa, palestras, campanhas sobre o assunto, além da criação da Ouvidoria da Mulher. Isso se reflete nas próprias instituições, onde a presença feminina tem se ampliado em cargos de liderança e decisão, servindo de inspiração para que mais mulheres ocupem espaços de poder e influência. Esse avanço reforça a importância da equidade de gênero na construção de um futuro mais justo e democrático".
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