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POLÍTICA Quarta-feira, 20 de Março de 2024, 09:40 - A | A

20 de Março de 2024, 09h:40 - A | A

POLÍTICA / SENTIMENTO DE TRAIÇÃO

Entidades do agro denunciam manobra da Famato para tomar dinheiro do Fethab

ALLAN PEREIRA
Da Redação



Onze entidades associativas que representam diferentes cadeias produtivas do agronegócio do Estado criticam o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Sebastião Tomain, por articular a alteração no projeto de lei nº 138/2024 e garantir o repasse de 10% do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) para a própria Famato, e não para o setor.

O projeto de lei nº 138/2024 está em trâmite na Assembleia Legislativa e garante recursos do Fethab para essas mesmas entidades do agronegócio.

Em carta dirigida a Vilmondes, as entidades relatam que receberam com surpresa a articulação do presidente da Famato sem qualquer comunicação e discussão prévia com elas. Nos bastidores, os representantes das entidades relatam traição do chefe da federação por não ter feito a articulação às claras.

"Com todo o respeito, tal atitude do presidente da Famato perfaz ato inoportuno, inconveniente, temerário e inconsequente em face tanto dos trabalhos e finalidades que culminaram no Projeto de Lei nº 138/2024, quanto dos próprios interesses dos produtores rurais e das respectivas entidades das cadeias produtivas", destacou.

A carta é assinada por representantes das seguintes entidades - Instituto Mato-grossense do Agronegócio (IAGRO), Instituto da Pecuária de Corte Mato-grossense (INPECMT), Instituto da Madeiro do Estado de Mato Grosso (IMAD), Instituto Mato-grossense do Feijão, Pulses, Colheitas Especiais e Irrigação (IMAFIR-MT), Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Centros das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir).

Leia mais:

Três do TJ votam para extinguir repasse do Fethab a entidades do agro

O projeto de lei nº 138/2024 vem para alterar trechos da Lei nº 7.263/2000, que criou o Fethab. A legislação já garantia o repasse dos recursos às entidades. Mas, após Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) movidas pelo Ministério Público e pelo Diretório do Partido dos Trabalhadores (PT), o repasse estava à vias de ser extinto.

No julgamento, o relator das ADI, desembargador Marcos Machado, apontou que os trechos da lei questionada não garantem o controle e a prestação dos recursos repassados às entidades. Havia suspeitas de desvio de finalidade e uso de recursos em atos político-partidários. O magistrado pontuou que, apesar de reconhecer os serviços relevantes prestados por elas, os recursos atendem a interesses privados.

O voto de Machado foi acompanhado pelos desembargadores Orlando Perri e Maria Helena Gargaglione Póvoas. A desembargadora Maria Helena Aparecida Ribeira pediu vistas e suspendeu o andamento do julgamento em sessão.

No final do ano passado, o governo, a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público se reuniram com as entidades para corrigir a leis e garantir os repasses. A articulação suspendeu o trâmite das duas ações. Em meados de fevereiro deste ano, o governo apresentou as alterações discutidas com os demais órgãos à Assembleia no PL nº 138/2024, que foi aprovado em primeira votação no dia 28 de fevereiro.

Eis que entra a Famato. As entidades apontam que foi apresentado um substitutivo integral, de autoria das lideranças partidárias, que destina todas as contribuições do Fethab não mais para elas, mas para a Federação.

"Ao se buscar conhecimento acerca de tal fato, obteve-se a informação que o mencionado substitutivo integral ao projeto de lei foi motivado por articulações e pleito, exclusivo, do presidente da Famato diretamente junto aos Poderes Executivo e Legislativo, com vistas a estabelecer 'novas receitas' para atender o fluxo de caixa de sua federação", destacou.

As entidades apontam que a Famato não atende aos pré-requisitos para receber os recursos do Fethab. Eles apontam que a Federação já tem uma fonte de renda própria, que consiste em contribuições sindicais e repasses do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Elas apontam que as entidades prestam atividade técnica, enquanto a federação atua no aspecto político.

"Enquanto uma congregação de outros sindicatos filiados, a Famato não se enquadra numa cadeia produtiva em específico, mas sim abarca diversos segmentos econômicos, sendo que muitos deles nem se encontram contemplados na Lei nº 7.263/2000 (do Fethab)", apontam.

Os setores do agronegócio explicam que Vilmones foi inoportuno por ignorar os trabalhos de revisão da lei, inconveniente por articular a alteração da legislação sendo que poderia ser incluída depois da aprovação da mesma e temerária com a possibilidade de deturpar as premissas que levaram as correções apresentadas no PL nº 138/2024.

Elas também apontam que a Famato pode conseguir acesso aos recursos do Fethab, já que o próprio PL nº 138/2024 garante os repasses por meio de contratos e convênios para execução de programas e projetos. "O acesso aos recursos já é uma realidade factível à Famato, bastando tão somente a articulação e entendimento direto com as próprias entidades titulares das contribuições", destacam.

Por fim, as entidades pedem que Vilmones abdique do pleito de acesso direto à parcela dos recursos do Fethab e apresente um pedido financeiro à elas para buscar acesso aos repasses por meio de convênios e contratos.

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MARTA MARIA DA SILVA 20/03/2024

É muita cara de pau! Depois são tudo cidadão de bem, pela pátria, família e liberdade. Liberdade de viver com o dinheiro público, só pode!

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1 comentários

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