ALLAN PEREIRA
Da Redação
Os deputados estaduais aprovaram um projeto de decreto legislativo (PDL), na tarde desta quarta-feira (13), que revoga a licença ambiental dada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) à empresa Rumo Logística para construir os trilhos da Ferrovia Estadual Senador Vicente Vuolo em Rondonópolis. O PDL foi aprovado em duas votações e segue para ser promulgado pela própria Assembleia Legislativa.
Segundo o projeto, a Rumo alterou o traçado dos trilhos do projeto original sem consultar os moradores de Rondonópolis. A previsão era que a ferrovia passasse a 30 km de distância dos bairros. Mas a nova proposta passa a menos de 40 metros dos bairros Maria Amélia e Rosa Bororo.
Os deputados Thiago Silva (MDB), Ondanir Bortolini – Nininho (PSD), Cláudio Ferreira (PL) e Sebastião Rezende (PL) apresentaram o PDL para revogar a licença dada pela Sema. O projeto teve uma tramitação relâmpago. Protocolado no final da manhã desta quarta, ele recebeu parecer favorável da Comissão de Meio Ambiente durante a tarde e levado para votação logo em seguida.
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Na manhã de hoje, a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, esteve na Assembleia para conversar com os deputados, explicar a licença ambiental e apontar que não era necessário a revogação da licença, mas de arrumá-la.
“A minha sugestão como técnica é de marcar uma reunião com a população dos bairros por onde vai passar o traçado dos trilhos da ferrovia. A sugestão seria a de realizar uma reunião técnica com eles”, sugeriu.
A secretária também apontou para a imprensa, após a reunião com os deputados, que a Rumo apresentou as medidas mitigadoras e compensatórias no licenciamento ambiental.
"Nós apresentamos isso aos deputados, mas a avaliação e a rejeição [do novo traçado] são legítimas dentro de um processo dessa natureza que gere impacto. Quando a gente olha os empreendimentos em todo mundo, é comum que você tenha parte dos traçados de ferrovia passando por áreas próximas as áreas urbanas. Então, isso é uma questão de entender qual é a vontade da sociedade", avaliou.
De acordo com Thiago Silva, a mudança causa impactos sociais e ambientais para os moradores dos dois bairros.
“A Rumo Logística não realizou audiência pública para tratar das pontuais alterações dos trilhos com a população rondonopolitana. Há risco de explosão de vagões. Enquanto o traçado original era de 30 quilômetros de distância, a nova proposta é de apenas 40 metros da área urbana do bairro Maria Amélia”, declarou.
O deputado Sebastião Rezende (União) afirmou que a mudança do traçado tem o objetivo de a Rumo Logística diminuir o tempo da obra e reduzir custos. Segundo o parlamentar, a empresa não está preocupada com a segurança e muito menos com o bem-estar da população.
“A Rumo está preocupada com o que fica mais barato e econômico para o seu empreendimento. Ela precisa ganhar dinheiro, e a população está em polvorosa com o novo traçado, que acaba e destrói a cidade. Essa ferrovia não vai passar nos bairros como está sendo proposto pela Rumo”, garantiu Rezende.
A secretária Mauren também destacou que a Rumo ficou de apresentar novos documentos que consideram o impacto social do novo traçado, apresentar alternativas. Após protocolar essas novas informações, a Sema irá analisar e elaborar uma resposta considerando aspectos técnicos. "Vamos proceder dessa forma e acredito que seja possível encontrar uma solução".
(Com informações da assessoria)
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Edilma 16/12/2023
Muito estranha essa movimentação relâmpago. Será que estão preocupados com o povo desses bairros ou com aqueles cujas terras valorizariam pelo traçado da ferrovia. Para saber isso é preciso tirar os olhos do povo, e saber de quem são as terras por onde a ferrovia ia passar e com a mudança do traçado não vai passar mais. O pessoal da ferrovia também agiu mal, ao não obedecer a licença tal qual foi concedida.
Bocaggi 14/12/2023
Engraçado que já morei bem mais próximo a trilhos de de no interior de SP e nunca tive problema, aliás milhões de pessoas moram próximo a trilhos e vivem . Estado de São Paulo é desenvolvido devido a essa falta de frescuras de políticos que se não obterem alguma vantagem sempre atrapalham e Mato Grosso a 50 anos nesse lenga lenga, será que é devido a olegarquia? De pai para filho! Criem vergonha políticos passou da hora de pensar no povo e tirarem as mãos da teta.
2 comentários