ALLAN PEREIRA
Da Redação
Os alertas de desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), logo depois da realização da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP26) em novembro do ano passado, não chegaram a causar prejuízos para o Governo de Mato Grosso receber recursos de órgãos internacionais.
É o que afirma a secretária Mauren Lazzaretti (Meio Ambiente), nesta quinta (12), durante a 107ª reunião ordinária da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) no Palácio Paiaguás.
"Não há nenhum prejuízo. Obviamente que nós procuramos entender e compreender. Houve uma mudança de metodologia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Como nós tivemos incêndios de grandes proporções entre 2022 e 2021, essas áreas que tiveram fogo intenso foram consideradas áreas desmatadas", apontada.
Apesar do Brasil ter assinado acordo para deter o desmatamento, no final da COP26, o sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) identificou que outubro de 2021 foi o pior para a Amazônia Legal desde 2016.
Foram 877 km² de área sob alerta de desmatamento, sendo que 105 km² se deu em Mato Grosso, segundo o Inpe.
De acordo com Mauren, a Sema faz uma distinção da degradação que é feita por desmatamento ou por incêndio.
Diz que, por isso, os números de desmatamento apresentados pelo Governo são menores.
"Isso tem uma distinção com o monitoramento que nós haviamos realizado. Discutimos isso com o Inpe, criamos uma força tarefa para que, agora no início do período de queimadas, nós façamos incursões em campo para discutir um pouquinho essa metodologia e esclarecer".
Aponta que as entidades internacionais reconheceram esse detalhe e, por isso, não houve prejuízos para receber os recursos por meio do Programa Global REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) Early Movers (REM).
O Governo deve receber R$ 200 milhões para usar em ações de combate ao desmatamento e incêndios florestais, sendo que R$ 100 milhões virão de um banco estatal russo, enquanto a outra parcela deve vir de parceria com Reino Unido.
As parcelas são pagas de acordo com os resultados de diminuição do desmatamento.
"Continuamos discutindo a fase dois com o REM com a Alemanha e o Reino Unido. Já há uma sinalização positiva que eles irão continuar reconhecendo que, todo esse esforço do Estado de Mato Grosso, gerou um resultado muito importante. Se não houve essas políticas sendo implementada, possivelmente o desmatamento teria sido muito maior", conclui Mauren.
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