MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) realizou uma operação, em 11 de janeiro deste ano, para impedir que fosse realizada em Mato Grosso uma manifestação que buscava golpe de Estado. As informações constam em uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
A "Mega manifestação Nacional - Pela retomada do poder", foi chamada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma quarta-feira, apenas três dias depois do domingo, 8 de janeiro, quando bolsonaristas promoveram destruição nas sedes dos Três Poderes em Brasília. Eles pretendiam destituir o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vencedor das eleições de outubro de 2022.
A convocação foi feita pelo aplicativo de mensagens Telegram. A pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro Alexandre de Moraes, em 11 de janeiro, determinou que as autoridades públicas de todos os níveis federativos, em especial os órgãos de segurança pública, impedissem a ocupação e bloqueio de vias públicas ou rodovias.
Uma ação desse tipo dos bolsonaristas aconteceu logo após as eleições, em novembro do ano passado, quando bloquearam diversos trechos de rodovias em Mato Grosso e outros Estados, com ações de incêndio em caminhões, pontes e uma base da concessionária Rota do Oeste na BR-163.
Moraes classificou as ações como "desprezíveis ataques terroristas à Democracia e às Instituições Republicanas". Os bolsonaristas pediam intervenção das Forças Armadas contra o governo Lula.
"O comportamento ilegal e criminoso dos investigados não se confunde com o direito de reunião ou livre manifestação de expressão e se reveste, efetivamente, de caráter terrorista, com a omissão, conivência e participação dolosa de autoridades públicas (atuais e anteriores), para propagar o descumprimento e desrespeito ao resultado das Eleições Gerais de 2022, com consequente rompimento do Estado Democrático de Direito e a instalação de um regime de exceção", avaliou o ministro do STF.
A Casa Civil de Mato Grosso recebeu a determinação de Moraes e, em um despacho assinado pela chefe de gabinete, Marli Auxiliadora Pedroso Correa, encaminhou para que a Sesp tomasse providências.
Na Sesp, a ordem do ministro passou pelo chefe de gabinete do secretário adjunto de Integração Operacional, tenente-coronel Manoel Bugalho Neto, e pelo coordenador de Planejamento e Monitoramento das Regiões Integradas, Marcus Vinicius Akira Sakata.
O secretário-adjunto de Integração Operacional, coronel PM Claudio Fernando Carneiro Tinoco, determinou a deflagração da Operação Têmis para conter os possíveis manifestantes.
"Foi estabelecido o Centro Integrado de Comando e Controle Estadual composto pelos dirigentes das Forças Estaduais e Federais, e a Secretária Adjunta de Integração Operacional, disponibilizou os recursos necessários para o custeio de jornada extraordinária e diárias, as forças estaduais pertencentes a Secretaria de Estado de Segurança Pública", diz trecho do informe encaminhado ao STF.
A operação teve "seu objetivo alcançado, não havendo manifestações no Estado de Mato Grosso", informou o coronel ao ministro.
O secretário da Sesp, coronel César Augusto Roveri, encaminhou a manifestação à Procuradoria Geral do Estado (PGE), que informou o cumprimento da decisão a Alexandre de Moraes em 16 de fevereiro.
Quer receber notícias no seu celular? Participe do nosso grupo do WhatsApp clicando aqui .
Tem alguma denúncia para ser feita? Salve o número e entre em contato com o canal de denúncias do Midiajur pelo WhatsApp: (65) 993414107. A reportagem garante o sigilo da fonte.