CECÍLIA NOBRE
Da Redação
Em audiência no Tribunal do Júri, nesta terça-feira (21), os faccionados do Comando Vermelho, Nithiely Catarina Day Souza, conhecida como “Princesinha Macabra”, e Wesley Rafael Santana dos Reis, foram condenados a 32 anos e 10 meses, em regime fechado, pela morte de Gediano Aparecido da Silva, em 2022, no município de Lucas do Rio Verde. A vítima foi torturada, decapitada e teve a cabeça jogada em um contêiner de lixo.
A dupla foi condenada pelos crimes de homicídio qualificado pelo motivo torpe, tortura, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, ocultação de cadáver e associação criminosa.
Na decisão, o júri apontou que Nithiely teve uma conduta de grau negativo e que a premeditação do crime evidenciou a culpabilidade. Além disso, destacou-se o emprego de violência excessiva que, conforme consta nos autos, “foge da normalidade”, tendo divulgado o vídeo do crime nas redes sociais, cujo intuito era controlar o tráfico de drogas local.
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“A vítima foi amarrada, colocada de joelhos, torturada e ferida por inúmeras facadas, além de ter tido a cabeça decapitada, fatos estes que trazem a intensidade do dolo para o fato”, apontou o Júri.
O conselho afirmou ainda que o crime causou uma “grande onda de terror” nos moradores da cidade causando abalo e descrédito à segurança pública.
Quanto a Wesley, que emprestou o carro utilizado no crime, o júri falou sobre o envolvimento dele com a organização criminosa Comando Vermelho, ressaltando quanto a sua periculosidade e propensão a violar regras.
“Restou comprovado nos autos que o acusado [Wesley] se dedicava à vida criminosa e garantia seu sustento através de atividades delitivas, o que evidencia elementos concretos para a personalidade ser valorada negativamente”, diz trecho da decisão.
Além da pena de 32 anos, o juiz presidente do Tribunal do Júri, Conrado Machado Simão, determinou o pagamento de 17 dias-multa.
O crime
Na manhã do dia 26 de janeiro de 2022, a cabeça de Gediano Aparecido da Silva, 19 anos, foi encontrada dentro de um saco, jogado em um contêiner de lixo, na Avenida Goiás, em Lucas do Rio Verde. Nithiely foi presa pela polícia dias após o crime, acusada de ser a responsável por orientar os comparsas e filmar o crime, cujas imagens foram parar nas redes sociais.
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