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ALLAN PEREIRA
Da Redação

O prefeito de Tapurah, Carlos Alberto Capeletti (PSD), foi afastado por 60 dias do cargo por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (03).

O afastamento de Carlos Alberto se deu por vídeos publicados por ele próprio e sua participação no acampamento em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, onde manifestantes que não aceitam a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições fazem mobilização nas últimas semanas.

Na decisão, Moraes usou um dos vídeos feitos pelo prefeito no qual ele incentiva caminhoneiros a irem a Brasília "com a inequívoca intenção de subverter a ordem democrática".

"Se até o dia 15 de novembro o Exército não tomar alguma atitude em prol da nação brasileira e da nossa liberdade, nós vamos tomar atitude. Tenho certeza que, aos milhões lá, alguém vai ter uma ideia. Vamos tomar o Congresso, o STF (Supremo Tribunal Federal), até o Planalto. Se até lá o Exército não tomar uma atitude, vamos nós fazer uma nova Proclamação da República", disse o prefeito em um de seus vídeos.

No vídeo mais recente, Carlos Alberto comenta que foi abordado pelo general Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente de Bolsonaro nas eleições deste ano, na saída de um supermercado. O prefeito relata que o militar da reserva teria tranquilizado os bolsonaristas e afirmado que algo bom iria acontecer a sociedade brasileira no final de semana desta segunda semana de dezembro. O gestor do município de Tapurah vem em seguida pedindo mais força ao movimento diante dessa promessa.

Com o afastamento, o vice-prefeito Odair Cesar Nunes (PSD) deve assumir a prefeitura nos próximos 60 dias.

Moraes também determinou ao procurador-geral de Justiça (PGJ), José Antônio Borges Pereira, investigar Carlos Alberto por violação ao Estado Democrático de Direito e incitação ao crime.

O prazo de afastamento será analisado após o envio, pelo Ministério Público, do depoimento e diligências investigativas realizadas por Borges na PGJ.

Durante o período eleitoral, Carlos Alberto foi obrigado a tirar do ar um vídeo em que anuncia o sorteio de um carro se a população da cidade votar no presidente Jair Bolsonaro (PL), além de se retratar e informar o cancelamento do sorteio nas redes sociais sob pena de multa de R$ 100 mil se descumprir a decisão.

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