ANGELA JORDÃO
DA REDAÇÃO
O policial militar Ueliton Lopes Rodrigues, condenado a 46 anos por homicídio qualificado contra três pessoas e apontado como integrante do grupo de extermínio “Mercenários”, está sendo procurado pela Polícia Militar de Mato Grosso, para que responda ao processo instaurado contra pelo Conselho de Disciplina da PM. O presidente do Conselho, Tenente Coronel Rhuyter Rodrigues Setubal, determinou a citação de Ueliton por edital.
O policial tem o prazo até 24 de abril para se manifestar. O Conselho analisa e exoneração do PM, devido a condenação pelos homicídios. Ele segue desaparecido desde que foi condenado. Se não se apresentar sua defesa perante o Conselho de Disciplina da PM, será julgado a revelia.
Desde o ano passado, Ueliton Lopes Rodrigues tenta na Justiça um habeas corpus, sem sucesso, para não ser preso por ser considerado desertor, já que não comparece ao trabalho desde que foi condenado em agosto de 2024.
O policial militar é apontado, pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), como integrante do grupo de extermínio “Mercenários”. Em agosto de 2024, foi condenado pelo Tribunal do Júri a 46 anos e oito meses de reclusão pelo homicídio qualificado contra três pessoas, em 2016. Ele executou a tiros Edésio Pedro do Nascimento Fonseca e Jhonne Muller Paranhos de Almeida, em Cuiabá, e Alzira do Nascimento Fonseca, em Várzea Grande.
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Durante o julgamento, o Ministério Público defendeu a tese de que as três vítimas foram assassinadas por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas. A motivação dos assassinatos seria vingança.
Edésio e Jhonne foram mortos no dia 11 de fevereiro de 2016, quando pilotavam uma moto na Avenida Rubens de Mendonça, em Cuiabá. Edésio, garupa da motocicleta, levou sete tiros, morrendo no local, enquanto Jhonne Muller, que pilotava o veículo, foi atingido por três projéteis. Os dois teriam sido mortos em razão de uma rixa com Ueliton, envolvendo tráfico de entorpecentes.
Dezoito dias após esse duplo homicídio, no dia 29 de fevereiro de 2016, Ueliton, acompanhado de outros comparsas, matou com oito tiros Alzira do Nascimento Fonseca, no bairro da Manga, em Várzea Grande. Conforme os autos, Alzira “era conhecida como traficante de drogas na região do bairro da Manga, em Várzea Grande”.
Durante o julgamento, MPMT sustentou que os denunciados fazem parte de uma grande organização criminosa existente na cidade de Várzea Grande, “que tem como objetivo ceifar a vida de pessoas com passagem policiais, caracterizadora de ações de grupos de extermínio, além do fato de atuarem ainda mediante o pagamento de recompensa, caracterizadora de crimes mercenários ou pistolagem, com a participação direta destes e de outros componentes em diversos outros crimes de homicídios, tendo cada um dos integrantes função predeterminada, visando a consecução dos delitos”.
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