CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO
O desembargador Orlando Perri criticou nesta quinta-feira (27) a proposta de votação direta para presidente do Judiciário em Mato Grosso.
A alteração no Regimento Interno está sendo discutida nesta tarde, em sessão virtual do Pleno do Triubunal de Justiça.
Atualmente, apenas os 30 integrantes do TJ podem votar para presidente, vice e corregedor, mas a proposta em apreciação institui que todos os membros do Judiciário votem, elevando o colégio eleitoral para 291 votantes.
“Eleição direta não é uma boa opção. Não vejo com bons olhos. Vejo com muita tristeza o que está acontecendo outros órgãos onde se implantou eleição direta”, afirmou Perri, um dos primeiros a votar. “A casa onde política entra por uma porta a Justiça sai por outra”.
Perri afirmou ainda que seria muita ingenuidade imaginar que o Judiciário tem mais “homens virtuosos” que outros órgãos. “Seríamos ingênuos de acreditar que nessas tratativas políticas todos temas tratados com juízes para angariar votos seriam republicanos”, afirmou.
Ele deixou claro que não falava necessariamente em benefícios financeiros. "Mas benefícios da carreira. Por exemplo, todos que estão no interior gostariam de vir para Capital. Imagine um corregedor com pretensão de ser presidente, o desastre que seria sua gestão à frente da Corregedoria. Não puniria ninguém”.
Alteração no Regimento
A proposta, apresentada pelo desembargador Sebastião de Moraes Filho, estabelece a eleição direta para os cargos de presidente e vice-presidente do Tribunal de Justiça.
“[...] Dada a relevância e pertinência, deveria ser apreciado pelo colendo Tribunal Pleno e não pelo Órgão Especial”, diz trecho do pedido.
"Apresento esta emenda para que, em relação ao pleito, já aprazado para o mês de outubro de 2020, todos os membros do Poder Judiciário, desembargadores, juízes de direito e juízes substitutos participem da eleição, através do voto secreto, - para o órgão diretivo, à exceção do senhor corregedor-geral de justiça que deverá ser escolhido pelo Tribunal Pleno", disse o desembargador.
Também hoje o Pleno vai discutir a possibilidade de reeleição do presidente, valendo inclusive para o atual Carlos Alberto Alves da Rocha.
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