ALLAN PEREIRA E MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
Para o Ministério Público, o vereador, pré-candidato a deputado estadual e tenente-coronel PM Marcos Paccola (Republicanos) matou o agente socioeducativo Alexandre Myagawa de Barros, conhecido também como "Japão", para posar como herói e na expectativa de angariar dividendos políticos.
"Há, portanto, evidências de que agiu na expectativa de que sua ação homicida lhe angariasse dividendos políticos, restando, pois, configurada a torpe motivação de sua conduta", conforme consta em denúncia oferecida pelo MP à Justiça, nesta terça-feira (28).
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Paccola ainda consta na lista de pré-candidato a deputado estadual do Republicanos e deve ter nome confirmado nas convenções partidárias da legenda, que vai ser realizada na próxima terça-feira (02).
Na denúncia, os promotores Samuel Frungilo, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, Antonio Sergio Cordeiro Piedade e Vinícius Gahyva Martins escrevem que Paccola agiu "no afã de proteger sua imagem como sendo de alguém que elimina de supostos malfeitores e revela coragem e destemor no combate a supostos agressores de mulheres".
"O elemento anímico restou desvelados pelas manifestações do próprio investigado [Paccola] em seguida à prática homicida, [...], veiculou mídias sobre seu suposto ato de heroísmo, além de discursar, no exercício da vereança, exaltando seu feito e desprestigiando a figura da vítima", apontam os promotores.
De acordo com a denúncia, Paccola estava transitando pela avenida Filinto Muller e, ao verificar que Alexandre estava em discussão com a namorada Janaína de Sá em plena região central da Capital, resolveu deixar seu carro atravessado na via, abordou populares, questionou-os sobre o ocorrido e foi informado que se tratava de uma briga de trânsito.
No entanto, logo após, alguém lhe repassou que um homem estaria armado e então Paccola se aproxima de Alexandre com arma em riste e realiza os disparos.
Para os promotores, Paccola parou o carro no meio da via com o objetivo de interromper o fluxo do trânsito com o claro propósito de que sua presença e ação pudesse ser notada por um maior número de pessoas".
"Momento em que se dirigiu ao local em que a vítima se encontrava, colocando-se na posição de autoridade que ali estava para 'colocar ordem na situação', o que acabou por descambar para uma desnecessária execução da vítima.
Pacccola foi denunciado por homicídio qualificado por motivo torpe e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Os promotores pediram também que o vereador seja levado ao tribunal do júri e tenha o porte de arma suspenso.
Os pedidos ainda aguardam decisão do juiz titular da 12ª Vara Criminal de Cuiabá.
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