MIKHAIL FAVALESSA
Da Redação
A empresária Maria Angélica Caixeta Gontijo, presa na quarta-feira (20) por supostamente mandar matar o advogado Roberto Zampieri, é parte em diversos processos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. As ações incluem disputas por terras envolvendo o advogado e até mesmo dois processos criminais por ter supostamente ameaçado Zampieri e também o comandante da Polícia Militar em Ribeirão Cascalheira.
Gontijo foi presa pela Polícia Civil na cidade de Patos de Minas, em Minas Gerais, em meio às investigações da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP). O possível executor do crime, Antônio Gomes da Silva, também foi preso em outra cidade mineira, Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Zampieri foi assassinado 5 de dezembro deste ano quando deixava seu escritório de advocacia no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Uma das linhas de investigação da DHPP é que a morte havia sido encomendada em razão de uma disputa por terras na região do Araguaia.
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Segundo apurado pelo Midiajur, o advogado representava o empresário Evelci de Rossi em uma ação de reintegração de posse que tramita na Vara Única de Ribeirão Cascalheira. A ação foi proposta por Evelci contra Maria Angélica Caixeta Gontijo e os pais dela, Maria de Fátima Caixeta Borges Gontijo e João Moreira Gontijo, e envolvia a disputa por uma área chamada "Fazenda Lago Azul".
Em uma decisão dada em 23 de janeiro deste ano, o juiz Van Lúcio Amarante cita um "desacerto" entre a suposta mandante do crime e os proprietários da terra, além do advogado. A defesa de Evelci havia pedido a expedição de um mandado judicial para impedir que Maria Angélica entrasse nas terras em disputa.
"Segundo, eventual desacerto entre a Sra. Marica Angélica Caixeta Gontijo – representante de João Moreira Gontijo e Maria de Fátima Caixeta Borges, com o Sr. Evelci Rossi e também com o D. Advogado Dr. Roberto Zampieri, penso que deva ser resolvida via ação própria e não no bojo dos autos da ação de interdito proibitório e/ou consignação em pagamento, que possuem ritos específicos", diz trecho da decisão dada pelo juiz, que estava lotado em Vila Rica, durante o plantão judicial.
Em outra ação, também em Ribeirão Cascalheira, Roberto Zampieri aparece como advogado de defesa de Maria Angélica e dos pais dela. Nesse caso, Gontijo havia acionado Antonio Marcos Gularte, Gilberto Luiz de Rezende, Braz Fernandes da Cunha, Edson Cortes Real e Rodrigo Oliveira Castro para tentar anular um negócio, e o processo foi proposto em 2021.
Ameaças
Em 1º de dezembro, quatro dias antes do assassinato de Roberto Zampieri, a juíza Alanna do Carmo Sankio, da Vara Única de Ribeirão Cascalheira, determinou que fosse feita uma audiência de conciliação entre Maria Angélica Caixeta Gontijo e o tenente da Polícia Militar Diogo de Oliveira Pimenta, comandante do 1º Peltão da PM de Ribeirão Cascalheira. Pelo que consta no processo, a suposta mandante do assassinato do advogado teria ameaçado o oficial da PM responsável pelo pelotão da cidade.
Antes disso, Maria Angélica teria ameaçado o próprio Zampieri, que aparece como autor de uma representação criminal contra ela por uma suposta ameaça feita em 15 de junho de 2022. A decisão mais recente desse processo foi dada em 1º de setembro, quando a juíza Raíssa da Silva Santos Amaral, do Juizado Especial e Criminal de Ribeirão Cascalheira, remeteu o processo para o o Núcleo de Justiça Digital dos Juizados Especiais, que não decidiu sobre o caso.
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