ARIELLY BARTH
DA REDAÇÃO
A seca, a pandemia de Covid-19 e as incertezas do período pós-pandemia foram citadas como razões para o pedido de recuperação judicial feito por produtores rurais de Canarana (a 643 km de Cuiabá) e Campinápolis (a 544 km de Cuiabá). O pedido foi deferido pela Vara Regionalizada da Recuperação Judicial e Falência da Comarca de Rondonópolis, sob comando do juiz Renan Carlos Leão Nascimento.
Os produtores rurais do interior do estado, Alzira Domingos de Morais, Antonio Rezende de Morais, Licio Silva de Morais e Lucas Silva de Morais, enfrentam uma crise econômico-financeira. A dívida total é de R$ 63.731.134,20.
Os principais fatores que contribuíram para essa crise incluem a pandemia de Covid-19, o período pós-pandemia com o aumento das taxas de juros bancários, a alta nos custos dos insumos e a grave crise hídrica que afeta o estado de Mato Grosso. Além disso, houve um aumento significativo no custo de produção e uma queda nos preços de venda nos últimos anos.
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A decisão do magistrado foi favorável à recuperação judicial, determinando a suspensão de todas as ações ou execuções contra o grupo de recuperando. O juiz também exigiu a apresentação de um plano de recuperação judicial no prazo de 60 dias, sob pena de convolação em falência dos produtores.
“O plano de recuperação judicial deverá conter a discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 da lei citada, e seu resumo; demonstração de sua viabilidade econômica; e laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada”, diz a decisão.
CRISE NO AGRONEGÓCIO
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serasa Experian, Mato Grosso lidera o número de pedidos de recuperação judicial entre produtores rurais que atuam como Pessoa Jurídica (PJ), com 26 solicitações registradas no último trimestre. Entre os setores produtivos, a soja e a produção bovina são os mais afetados.
Apesar de bater recorde de produção, as estimativas em relação aos produtores são pessimistas. Isso porque, a alteração climática e o valor dos insumos tendem a persistir e agravar a situação no campo. Somente na safra 2023/24, a quebra da safra foi de cerca de 25%.
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