CECÍLIA NOBRE
Da Redação
O ex-deputado estadual Carlos Antônio Azambuja foi um dos alvos da operação “Bilhete Premiado”, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (6). Azambuja é conhecido por ser um dos parlamentares que participou do esquema do “mensalinho” na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.
Conforme apurado pelo Midiajur, a PF esteve na casa de Azambuja para cumprir mandado de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara Federal de Mato Grosso. Uma das lotéricas alvo da PF também seria dele, apesar de estar registrada em nome de outra pessoa.
As investigações apontam o uso de casas lotéricas para mascarar a origem ilícita de lucro obtido em atividades criminosas, dentre elas corrupção e tráfico de drogas. Depósitos de milhões de reais em espécie foram identificados pelas apurações, as quais evidenciaram que tais valores eram incompatíveis com o patrimônio declarado pelos depositantes.
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Até o momento, foram cumpridos 10 mandados judiciais de busca e apreensão, bem como o bloqueio de bens móveis e imóveis até o limite de R$ 106 milhões de reais.
Na dinâmica do esquema de lavagem verificou-se que era comum que os saques desses valores fossem realizados no mesmo dia ou nos dias imediatamente seguintes aos depósitos, com o objetivo de dificultar o rastreamento pelas autoridades competentes.
Dentre os investigados pelos depósitos ilegais, há alvos de operações anteriores da Polícia Federal, como da “Operação Ararath” (que investigou a prática de “mensalinho” de integrantes da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso) e da “Operação Hybris” (deflagrada para coibir a distribuição de drogas na região de fronteira com a Bolívia, em esquema de tráfico internacional de cocaína).
“Mensalinho” na AL
No início de fevereiro deste ano, o juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara Especializada em Ações Coletivas, homologou o acordo de não persecução cível entre o Ministério Público Estadual (MPE) e Azambuja, onde o ex-deputado se comprometeu a devolver R$ 163,2 mil, pelo suposto envolvimento nos desvios de dinheiro da ALMT, no ano de 2017.
Na época, Azambuja foi um dos parlamentares filmados pelo ex-assessor Silvio Correa, recebendo maços de dinheiros no Palácio do Paiaguás.
Reprodução
Print do momento em que o ex-deputado é filmado recebendo dinheiro do ex-assessor Silvio Correa.
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