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INTERIOR Segunda-feira, 04 de Abril de 2022, 09:49 - A | A

04 de Abril de 2022, 09h:49 - A | A

INTERIOR / VEJA VÍDEO

Suspeito de morte de onça-pintada em Poconé alega que animal foi morto por outro

Em contradição ao seu depoimento em um vídeo que circula na internet, defesa do fazendeiro nega que este seja o autor da morte da onça-pintada

DA REDAÇÃO/ PJC



O vídeo de uma onça-pintada com um tiro na cabeça abraçada a um homem e com pessoas rindo no fundo chocou as redes sociais neste final de semana. Durante a filmagem, o suspeito, o fazendeiro Benedito Nédio Nunes Rondon, confessa o crime (VEJA VIDEO) e diz que matou a onça no dia 27 de março, em um domingo.

Benedito ainda vilipendia o corpo do animal silvestre, dizendo que “não valia nada” e que se fosse uma fêmea aproveitaria para ter relações sexuais com o animal.

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e Delegacia de Poconé (104 km ao sul de Cuiabá), realizou diligências na tarde desta sexta-feira (1º), para localizar o homem.

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O suspeito que está com a prisão preventiva decretada com base nas investigações da Polícia Civil ainda não foi localizado e é procurado pela Polícia. Nas diligências foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar, sendo um na residência e outro na fazenda do investigado.

No vídeo que está circulando no aplicativo de mensagens WhatsApp, o suspeito aparece ao lado da onça morta, com uma pistola em cima do corpo do animal.

De acordo com informações preliminares obtidas nas investigações da Polícia Civil, o suspeito teria outras armas de fogo, além de couro, patas e outros materiais decorrentes de caça ilegal de animais silvestres em sua casa e na sua fazenda.

Diante dos fatos, o delegado de Poconé, Maurício Maciel Pereira Júnior, representou com pedido de urgência pelos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão contra o suspeito pelo crime ambiental de matar animal silvestre, guardar produtos oriundos de animal silvestre, posse e porte ilegal de arma de fogo.

As ordens judiciais foram deferidas pela Justiça no final da manhã desta sexta-feira (01) e cumpridas no início da tarde pelas equipes da Dema e da Delegacia de Poconé. Durante o cumprimento dos mandados, o suspeito não foi localizado e nem a arma que aparece no vídeo.

“Segundo informações, ele está foragido desde ontem e possivelmente levou com ele a arma que utilizou para matar a onça-pintada”, disse o delegado.
Em uma propriedade do suspeito, a equipe da Polícia Militar localizou uma arma, tipo espingarda, que foi apreendida e encaminhada para a Delegacia de Poconé, e será utilizada como material probatório nas investigações do inquérito policial.

Outro lado

Em um texto divulgado neste domingo (03), por meio de seu advogado, o fazendeiro Benedito Nédio Nunes Rondon, acusado de ter matado uma onça-pintada em Poconé (104km de Cuiabá), diz que encontrou o animal já morto em sua propriedade e o fato ocorreu há um ano. Em uma mensagem dirigida a familiares, Rondon diz que está “envergonhado” por ter permitido que o filmassem ao lado da onça em um ato classificado por ele como “fanfarrice”.

“Estou envergonhado. Estou com muita vergonha de todos vocês. Decepcionado comigo próprio! De uma simples fanfarrice e “bravura” para um amigo, aconteceu o que jamais poderia ter acontecido: uma brincadeira de mau gosto, na hora errada e no lugar errado”, disse o fazendeiro, se dirigindo a familiares.

O vídeo em que o fazendeiro aparece ao lado da onça circulou na semana passada pelo aplicativo WhatsApp e repercutiu nacionalmente. O suspeito aparece ao lado da onça-pintada, morta com um tiro na cabeça, com uma pistola em cima do corpo do animal. Além do áudio que registra a voz do fazendeiro, aparecem textos na parte de baixo relatando que o animal teria sido morto no domingo passado e que havia comido 15 bezerros da propriedade.

Diante do ocorrido, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e Delegacia de Poconé, realizou diligências na tarde de sexta-feira (1º) para localizar o fazendeiro e também decretou sua prisão preventiva. Dois mandados de busca e apreensão domiciliar foram cumpridos, um na residência e outro na fazenda do investigado.

No texto divulgado por meio do advogado Anderson Nunes de Figueiredo, Rondon diz que os vídeos que circulam pelas redes sociais foram editados e as legendas inseridas foram feitas por terceiras pessoas, que compartilharam os vídeos, pois o tipo e tamanho da fonte (letras) utilizadas nas expressões: “Essa aí matei domingo passado lá pertinho de casa, a filadaputa já tinha comido uns 15 bezerros” e “Coloca o celular no pé do ouvido ou baixa o volume, não abre perto da muie”, são diferentes.

Rondon diz ainda que o tamanho do orifício de entrada na lesão presente no crânio do animal é incompatível com o calibre da pistola airsoft, que aparece no vídeo, e ainda que a “arma fosse verdadeira não faria o tamanho da perfuração”. Ele também afirma que a filmagem ocorreu há cerca de um ano, já que o adesivo que aparece no vidro traseiro da caminhonete, já não tem mais no veículo e isso pode ser confirmado pelas fotografias que a Polícia Civil “possivelmente tirou da caminhonete para subsidiar as investigações”.

Ele também negou que seja caçador e afirmou que numa teve em sua residência ou na sede da fazenda “couro, patas e outros objeto decorrente de caça de animais silvestre, fato que já foi provado por meio dos autos circunstanciados de busca e apreensão já anexados e informado para o juízo da causa – nada foi encontrado em relação a animais silvestre objeto de caça”.

“Esclarecemos que não existe arma de fogo em poder do Sr. BENEDITO NEDIO NUNES RONDON motivo pelo qual ele não pode ser colocado em situação de risco, conforme afirmado pela Autoridade Policial em entrevista – na oportunidade esclarecemos que a pistola que aparece no vídeo trata-se de uma arma de airsoft. Nesse prisma, decretar uma prisão preventiva frente as supostas acusações, fere de morte o princípio da proporcionalidade da pena, ou seja, ainda que condenado pelos crimes que lhe estão sendo imputados o regime inicial para cumprimento de pena jamais será o fechado, que é incompatível com o decreto de prisão preventiva nesse momento”, diz trecho do texto divulgado pelo advogado.

Conforme o advogado, o fazendeiro solicitou a divulgação do recado transcrito abaixo dirigido a familiares e amigos:

“A minha família e meus amigos

Estou envergonhado. Estou com muita vergonha de todos vocês. Decepcionado comigo próprio! De uma simples fanfarrice e “bravura” para um amigo, aconteceu o que jamais poderia ter acontecido: uma brincadeira de mau gosto, na hora errada e no lugar errado. Não fui eu quem matou a onça, e também, não perdi 15 bezerros! Isso foi há mais de um ano. Cheguei na fazenda e vi a onça esticada no chão, ensanguentada e morta. Daí começou todo o infortúnio e em um minuto de bobeira, tomado pela adrenalina, desci da camionete junto com o diarista e fiz o que está no vídeo. Lastimável e arrependido, mas repito, já estava morta! Passando a tolice coloquei o animal na camionete e deixei na baía. Não pratico e não tenho nenhum tipo de crime ambiental. Sou vizinho há mais de 40 anos da Pousada Piuval, que hoje é um dos maiores Santuários de onça pintada, distante, aproximadamente de 1.000 metros da cerca de divisão, sabendo conviver pacificamente com esses animais. Repito, fui infeliz e já estou pagando muito caro, pois sou procurado como vivo ou morto o que é injusto e abusivo”.

 

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