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GERAL Terça-feira, 13 de Dezembro de 2022, 07:03 - A | A

13 de Dezembro de 2022, 07h:03 - A | A

GERAL / EXCLUSIVO

Policial investigado por corrupção e fazendeiro réu por tentativa de homicídio participam de atos antidemocráticos

Com base no relatório da Polícia Civil, MidiaJur conseguiu cruzar e encontrar informações sobre processos judiciais envolvendo os participantes de atos antidemocráticos

ALLAN PEREIRA E LÁZARO THOR
Da Redação



A reportagem do MidiaJur apurou, com base no relatório da Inteligência da Polícia Civil sobre atos considerados antidemocráticos realizados em Mato Grosso, que a relação de integrantes dos movimentos bolsonaristas contém nomes investigados por corrupção e até tentativa de homicídio.

Entre os casos, há um policial civil investigado por corrupção passiva e um fazendeiro réu por tentativa de homicídio entre os manifestantes que participam dos bloqueios às rodovias ou de atos em frente às brigadas do Exército.

O relatório da Polícia Civil foi elaborado a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para identificar os participantes dos atos contra os resultados das eleições presidenciais. São mais de 80 CPFs e CNPJs listadas pelos investigadores. A maioria tem ação judiciais simples, como disputa de terras ou execução de dívidas.

Além da identificação dos proprietários dos caminhões, o ministro também solicitou a relação de todos os financiadores das ações de protesto no estado. Alexandre determinou o bloqueio de 32 pessoas físicas e empresas de Mato Grosso apontadas como financiadora dos atos. O relatório veio antes desta última decisão.

Um dos CPFs donos de um dos veículos que participou das manifestações em Nova Mutum é do policial civil Emerson Basílio Soares da Silva, que está sendo investigado pela suposta prática de corrupção passiva e revelação de segredo policial, desde 2016.

Segundo o processo no qual o MidiaJur teve acesso, Emerson teria solicitado combustível para abastecer o seu carro particular junto à Prefeitura de Tabaporã no ano de 2016 e no ano 2018, sob a alegação de que seria realizado ações policiais no interior do município.

O policial civil teria procurado o secretário de gabinete do prefeito de Tabaporã, com quem mantinha um projeto de aulas de jiu-jitsu, dizendo que a delegacia estava sem condições de realizar uma missão contra uma casa de prostituição.

No relatório, a Delegacia da Polícia Civil de Tabaporã aponta que Emerson usou da boa-fé para buscar vantagem ilícita de abastecimento do seu carro particular com recursos da prefeitura.

O caso ainda segue sob investigação e não virou uma ação penal contra o policial. Em depoimento para a polícia, ele permaneceu em silêncio.

Já o proprietário rural Rogério Kroling é réu por tentativa de homicídio e disparo de arma de fogo em via pública. Ele foi o manifestante com o maior número de veículos participantes nas manifestações em Cuiabá. Foram cinco caminhões, um caminhão trator e um carro modelo Mercedes Benz.

Conforme a denúncia do Ministério Público, em fevereiro de 2017, o proprietário disparou contra um casal em uma área de uma propriedade rural das vítimas, que está sendo ocupada por Rogério. O MP aponta que a área pertence ao pai de uma das vítimas. A briga pelo pedaço de terras está na Justiça.

O casal estava na companhia de um engenheiro e se dirigiram a área da fazenda em disputa para fazer um procedimento de georreferenciamento. Ao chegar no local, as vítimas e o acompanhante se depararam com Rogério, que questionou a presença dos três. As vítimas informaram que iriam fazer a medição.

Rogério teria determinado que eles deveriam se retirar, levando os equipamentos, em um prazo de 40 minutos. As vítimas tentaram buscar apoio da polícia, mas não conseguiram contato. Eles resolveram voltar ao ponto da propriedade rural para terminar a medição.

Durante o procedimento, Rogério retornou com uma espingarda na mão e uma pistola na cintura. O proprietário pediu que o engenheiro se retirasse dali, pois o problema não era com ele. Rogério desferiu um disparo com a espingarda em via pública no momento em que o profissional recolhia os equipamentos e resolveu sair correndo dali.

"Diante das circunstâncias, os três resolveram ir embora da fazenda, contudo, em determinado ponto da estrada, encontraram Rogério dentro da plantação de soja, ocasião em que P. [uma das vítimas] reduziu a velocidade do veículo que conduzia, a fim de tirar uma foto do denunciado portando as armas de fogo, visando mostrar a imagem para a polícia", narra a denúncia do MP.

Para o MP, com objetivo de matar o casal, Rogério apontou a espingarda e realizou um disparo contra os dois. As vítimas só não foram acertadas por que arrancaram com o carro em alta velocidade.

O Ministério Público também qualificou a tentativa de homicídio por motivo fútil, já que Rogério realizou o disparo por conta da disputa da área da fazenda.

A 2º Vara Criminal e Cível de São José do Rio Claro aceitou a denúncia em março de 2019. Na resposta à acusação do Ministério Público, a defesa de Rogério nega a intenção de homicídio do proprietário e que apenas realizou disparo para assustar o casal na tentativa de defender sua propriedade. A ação penal ainda não possui uma sentença e está parada desde dezembro de 2021.

Os manifestantes voltaram a intensificar os atos depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), bloqueou as contas bancárias de 32 pessoas físicas e empresas de Mato Grosso apontadas como financiadoras das manifestações contra o resultado das eleições.

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