LÁZARO THOR
Da Redação
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Atualizada às 17h58 - Um grupo de indígenas da etnia Enawenê-Nawê foi atacado por seguranças que trabalham para a empresa que controla as PCH's Rondon, Parecis, Telegráfica e Campos de Júlio, todas na região oeste de Mato Grosso.
Os ataques ocorrem no último domingo (25), quando indígenas planejavam protestar contra as hidrelétricas na região.O protesto seria realizado de forma pacífica. O grupo estava desarmado e não utilizaria burdunas ou flechas na manifestação. Mulheres e crianças também estavam no local, demonstrando que se tratava de um protesto pacífico.
A comunidade indígena pretende rever um acordo feito há 10 anos atrás por conta dos efeitos negativos das usinas, principalmente sobre o pescado da região.
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Pelo acordo feito com as hidrelétricas, os Enawenê-Nawê têm direito a receber valores visando a compra de peixes para a realização de rituais e alimentação.
Uma das reclamações da etnia é com relação ao baixo valor recebido, que seria insuficiente para a realização dos rituais, principalmente a realização do ritual do Yaokwa.
Em ação na Justiça Federal em Mato Grosso, a defesa da Hydria Participações e Investimentos S.A., responsável pelas usinas, afirmou existir "ameaça a posse" das hidrelétricas por parte dos indígenas. O que tem resultado em crescente tensão entre os seguranças particulares e os indígenas, conforme a defesa.
Outro lado
Em nota, a assessoria de imprensa das PCHs Rondon e Telegráfica afirmou que seguranças da hidrelétrica evitaram uma tentativa de invasão de indígenas ao local. Veja a nota completa:
Na noite de domingo (25/06), mais de 50 indígenas da etnia Enawenê-Nawê tentaram invadir as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) Rondon e Telegráfica, localizadas no município de Campos de Júlio (MT), ao longo do Rio Juruena. A tentativa de acesso às propriedades foi realizada por caminhonetes e barcos e foi impedida pela equipe local de segurança patrimonial.
Há cerca de 60 dias, um grupo de indígenas tem ameaçado invadir as PCH´s, na tentativa de alterar os termos de um acordo que ocorreu no ano de 2012. As ameaças foram comunicadas oficialmente a todas autoridades competentes, inclusive à Fundação Nacional do Índio (Funai).
As usinas entraram em operação no ano de 2011, após terem cumprido todas as exigências da legislação, inclusive a mitigação de impactos.
Entretanto, um grupo da etnia Enawenê-Nawê passou a requerer valores mais altos. Assim que essas novas demandas surgiram, a diretoria das PCH´s abriu o diálogo com os representantes indígenas, tendo a presença da Justiça Federal, Ministério Público Federal e Funai, para entender as demandas da comunidade.
Apesar disso, como as ameaças de invasão continuaram, as PCH´s protocolaram perante a Justiça Federal pedido de Interdito Proibitório para evitar o confronto, deixando claro que a invasão seria ilegal, uma vez que todas obrigações previstas pela legislação foram cumpridas.
Após os invasores desconsiderarem os avisos para não ultrapassarem os limites de propriedade, foi necessário utilizar dos meios adequados para impedir que houvesse a invasão das PCH´s.
Após a tentativa de invasão, a Justiça Federal emitiu decisão judicial autorizando o uso de força policial para proteção da empresa e das pessoas que trabalham nas PCH´s.
Importante levar em consideração que as PCH´s são bens da União e que estão sendo geridas por concessionários de geração de energia elétrica. Conforme previsto em lei e considerando as obrigações regulatórias, os concessionários de geração de energia elétrica possuem o dever de proteger os bens das usinas, pois após o fim da concessão o patrimônio público deve ser devolvido à União.
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Alfredo 28/07/2023
Kakakak índio precisando de dinheiro para festa cultural... se é ritual já tem tudo que precisa na mata, ou vai comprar na 25 de março?! Por favor, essa justificativa não... índio sendo explorado dentro da tribo...
Davilson 27/06/2023
O Povo Enawenê Nawê, está se manifestando pacificamente contra os acordos lesivos de construção de 8 PCHs (pequenas hidrelétricas) no Rio Juruena/MT, que modificou a quantidade, qualidade e tamanho dos peixes, afetando a sobrevivência de seus rituais e a segurança alimentar da aldeia. Estão sendo atacados violentamente pelos seguranças e paramilitares armados, o que pode causar uma grande tragédia! Essas construções se iniciaram a mais de 13 anos atrás, quando a grande maioria das lideranças e caciques dos Enawenê Nawê não entendiam, nem falavam direito o português, e os representantes das empresas Amaggi e Bom Futuro se aproveitaram disso para firmarem acordos de concordância que foram muito lesivos à comunidade Enawenê Nawê, fora da realidade dos valores do KWs produzidos pelas PCHs, e que nunca foram revistos ou reajustados pelas empresas. As empresas AMAGGI e BOM FUTURO, só se preocupam com sua materialidade financeira, ou fatores que têm impacto sobre os negócios. Devem incorporar agora realmente, como afirmam nos seus Sites, que são empresas ambientalmente sustentáveis que se preocupam com o impacto que os negócios têm sobre o planeta e as pessoas!
LUIZ CARLOS SPICALSKI JUNIOR 26/06/2023
Quando essas usinas estavam se instalando os índios botaram fogo em tudo lá...
Antonio Cleber Maier 26/06/2023
Notícia tendenciosa, todos sabem que esses indígenas causam vários problemas nessa região, aí vem vcs com uma Notícia sem nexo,tentar manipular a opinião das pessoas que vivem fora da realidade. Procurem se informar melhor e sejam mais imparcial nas publicações de vocês.
Lonarese xohikwa enawene 26/06/2023
Eu sou indígena enawene
5 comentários