ALLAN PEREIRA
Da Redação
O dono do veículo que causou a morte por atropelamento do estudante universitário Frederico Albuquerque Siqueira Corrêa da Costa, o servidor municipal Diogo Pereira Fortes, estava em horário de expediente no momento do acidente fatal.
De acordo com a defesa do servidor, advogado Jonatas Peixoto, Diogo estava fazendo lanche com uma amiga, que conheceu há pouco mais de um mês. A jovem, que tem 24 anos, era quem dirigia o carro no momento do atropelamento. Já o veículo pertencia ao funcionário público.
A Prefeitura de Cuiabá informou que já prestou as informações solicitadas à Polícia Civil e que a Secretaria de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento da Prefeitura de Cuiabá, onde Diogo estava lotado, abriu "um processo administrativo para apurar a conduta do servidor durante seu horário de trabalho".
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O advogado Jonatas alegou que "é de praxe" servidores ou trabalhadores plantonistas sair para fazer um lanche durante o expediente.
"É de praxe que eles saiam para fazer lanche. Todos os indivíduos que trabalham em uma jornada de 12h, uma jornada plantonista, saem no horário do expediente para fazer um lanche. Ele estava no horário de lanche, do expediente dele, e aí ocorreu o fatídico acidente do menino que estava na avenida", disse o advogado.
Dinâmica apresentada pela defesa - o servidor Diogo Pereira Fortes esteve na sede da Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), na tarde desta segunda-feira (05), na região do Distrito Industrial.
Diogo chegou de máscara facial, óculos escuros e acompanhado por três advogados. Ele não falou com a imprensa. O advogado Jonatas Peixoto, um dos três que acompanhava o cliente, explicou a dinâmica na visão do servidor.
Jonatas contou que Diogo e a amiga estavam em uma lanchonete e resolveram retornar para casa. A jovem teria se prontificado a tomar a direção do carro. O servidor não teria dado sim expresso, mas permitiu que ela conduzisse enquanto ele seguia como passageiro.
O defensor jurídico do servidor aponta que, ao retornar para a casa da jovem, os dois sentiram uma pancada forte quando passavam pela avenida Beira Rio. A moça teria dito que havia batido em um carro e ambos não resolveram parar por medo de serem linchados.
"Essa foi a conversa que eles tiveram [...]. Contudo, com receio de parar uma 1h30 [da madrugada] na distribuidora, onde tinha muita gente e a galera estava meio alcoolizada, ficaram com receio e deslocaram para casa. [...], na hora da batida, não foi possível identificar se foi algo ou alguém", disse.
Ao chegar em casa, ele viu que o vidro do pára-brisa e da parte estavam quebrados. "Ele viu que algo grave tinha acontecido. Ligou novamente para a moça e disse que ela não tinha batido em um carro.; que aconteceu alguma coisa de grave", pontua.
Diogo ligou na Ciosp e perguntou se havia algum chamado para ocorrência de atropelamento na avenida Beira Rio. Os atendentes responderam que não havia chamado desta natureza. O advogado disse que o servidor ficou tranquilo e voltou para o serviço.
Conforme consta na ocorrência policial, um homem ligou no Ciosp e perguntou se o carro dele teria se envolvido em um acidente na avenida Beira Rio, já que ele teria emprestado o veículo para uma amiga e devolvido todo amassado. Ele informou o número da placa. A checagem da PM aponta se tratar de um honda civic branco.
Pouco depois, o Ciosp recebeu outra ligação anônima apontando que, na avenida Miguel Sutil, tinha um parachoque branco com a placa do carro. O objeto foi recolhido pelos policiais. A numeração era a mesma informada pelo homem da primeira ligação.
Peritos também encontraram indícios de ligação entre o carro envolvido no atropelamento e o parachoque. A PM tentou contato novamente com o homem da primeira ligação, mas ele não atendeu. Os policiais foram até a casa dele, mas ninguém foi encontrado.
Ao fim do expediente, por volta das 6h, o servidor foi à distribuidora em frente onde ocorreu o acidente e perguntou para o dono, que confirmou o atropelamento fatal do estudante.
O delegado José Carlos Damian, que comanda a investigação do caso, aponta que a jovem deve responder por homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar e fugir sem prestar socorro. A tipificação penal contra Diogo é apurada.
A expectativa é que a jovem que conduzia o carro do servidor preste depoimento nesta quinta-feira (08).
Reprodução/Vídeo
Caso - Vídeo de câmeras de segurança de um distribuidora na avenida Beira Rio, do bairro Grande Terceiro, em Cuiabá, capturou o momento em que o estudante universitário Frederico Albuquerque Siqueira Corrêa da Costa foi morto atropelado na madrugada desta sexta-feira (02).
Conforme as imagens, Frederico aparece em uma fila comprando uma bebida alcoolica, depois volta para a calçada e se posicona ao lado de um carro estacionado quando é atingido pelo veículo que o atropelou.
O atropelamento causa o choque dos demais clientes da distribuidora. O estudante, que tinha 21 anos, não resistiu e morreu ainda no local do acidente. O motorista não ficou no local e fugiu sem prestar socorro. Samu confirmou a morte.
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