VICTOR REAL
Da Redação
A Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) divulgou, nesta quinta-feira (9), a 5ª edição de seu anuário, expondo os dados colhidos no ano de 2023. Os dados sobre feminicídios - crimes cometidos pelo simples fato da vítima ser mulher - chamam a atenção.
Em Mato Grosso, no total, ocorreram 46 casos de feminicídio, sendo destacados três Regiões Integradas de Segurança Pública (Risp): Cáceres, com 8 ocorrências e a maior taxa de mortes por 100 mil mulheres, 8,63; Sinop, também com 8 ocorrências, mas uma taxa menor, de 4,41 vítimas a cada 100 mil mulheres; e Cuiabá, que registrou 7 casos de feminicídio, sendo 1,95 mortes por 100 mil mulheres.
Somando os dados das três regiões em questão, tem-se 23 mulheres mortas em todo o ano, o que representa exatamente metade do valor total das ocorrências no estado.
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A segunda maior Risp de Mato Grosso, Várzea Grande, com 387.620 habitantes, não teve casos de feminicídio em 2023, ao lado de Barra do Garças.
Relembre alguns casos
Em junho de 2023, Fátima Evanilda Ferreira, de 49 anos, foi estrangulada até a morte pelo namorado, identificado pelo apelido "Carreta", de 33 anos, no Residencial Bem Viver, em Cáceres. Quando a polícia chegou ao local, o suspeito estava enforcando a vítima, já morta.
A denúncia partiu de vizinhos, que teriam ouvido gritos da mulher e chamaram a polícia. Mas, no momento em que ajudavam os agentes a arrombar o portão com um alicate de grande porte, informaram que já havia um tempo desde que a vítima tinha parado de gritar.
"Carreta" foi conduzido à Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cáceres para as providências cabíveis.
Em agosto, Poliane Jara Gomes, de 35 anos, foi morta por diversos disparos de arma de fogo após seu ex-namorado, de 37 anos, digitar a senha do portão e permitir que dois homens entrassem na residência e executassem a vítima no bairro Lixeira, em Cuiabá.
O rapaz teria saído da casa e retornado pouco depois com os autores dos disparos. Após o crime, o ex-companheiro deixou a residência, mas voltou novamente, momento em que foi contido por populares até a chegada da PM.
Já em outubro, Simone Antunes da Silva, de 34 anos, foi assassinada em Sinop com 18 facadas na frente de seu filho pelo ex-marido após o fim do casamento. A vítima foi encontrada caída ao chão com diversas perfurações pelo corpo.
O filho de Simone, de 12 anos, teria tentado impedir o homem de cometer o crime, quando também foi ameaçado pelo suspeito, que se entregou à polícia dois dias depois do feminicídio.
Em dezembro do ano passado, Antônia Ivila Araújo Nunes, 20, foi morta pelo ex-companheiro Paulo José da Silva, 27 anos. De acordo com a Polícia Civil, Antônia foi encontrada no domingo (3), caída com sinais de espancamento no acostamento da BR-163 e chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
Segundo a delegada da Polícia Civil responsável pelo caso, Renata Evangelista, o suspeito jogou Antônia às margens da rodovia por uma suposta traição e compareceu ao velório da vítima.
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